Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de dezembro de 2025
Coronal da Polícia Militar de São Paulo, Tadeu foi deputado federal entre 2018 e 2022.
Foto: Luis Macedo/Câmara dos DeputadosApós o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes anular, nesta quinta-feira (12), a decisão da Câmara dos Deputados que rejeitou a cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), o ex-parlamentar Coronel Tadeu (PL-SP) deve assumir a vaga na Casa. A ordem determina que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), dê posse ao suplente em até 48 horas.
Moraes também solicitou que o presidente da 1ª Turma do STF, ministro Flávio Dino, agende para esta sexta-feira (13) uma sessão virtual, das 11h às 18h, para referendar a determinação. A anulação se deu após o Supremo entender que houve irregularidades na análise do processo de perda de mandato de Zambelli.
Oficial da Polícia Militar de São Paulo, Coronel Tadeu exerceu mandato na Câmara entre 2019 e 2022, mas não conseguiu votos suficientes para a reeleição. Atualmente, é suplente do PL paulista. Durante sua atuação no Parlamento, ficou marcado pelo alinhamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro e por intervenções frequentes contra o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em discursos no plenário, defendeu pautas de segurança pública e criticou adversários políticos.
Tadeu também protagonizou um episódio de grande repercussão em 2019, quando rasgou um cartaz de uma exposição sobre racismo organizada no corredor das comissões da Câmara. A imagem, assinada pelo cartunista Carlos Latuff, mostrava um policial armado diante de um jovem negro algemado e deitado ao chão com a camisa do Brasil, acompanhada da frase “o genocídio da população negra”. O então deputado arrancou o cartaz da parede, rasgou e o jogou no chão. O ato gerou protestos de parlamentares e levou à abertura de debates sobre limites da expressão política dentro do Congresso.
Nas redes sociais, Tadeu justificou a atitude, afirmando que a obra atacava a honra da Polícia Militar. “Policiais não são assassinos. Policiais são guardiões da sociedade”, escreveu na ocasião. Em entrevista ao Estadão, reiterou que não se arrependia e que sua reação foi, segundo ele, uma defesa da instituição.
A situação de Zambelli também pesa sobre o orçamento público. Desde que deixou o Brasil, em junho, o mandato da deputada já custou R$ 654,6 mil aos cofres da Câmara. Mesmo presa na Itália, enquanto mantivesse o cargo, o gabinete seguiria com despesas mensais estimadas em R$ 130 mil. Técnicos da Casa projetam que a perda do mandato por faltas só ocorreria no fim de fevereiro de 2026, o que poderia elevar o gasto total a mais de R$ 1 milhão.
(Com informações de O Estado de S. Paulo)