Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A meu juízo, Temer, no cronômetro da História, tem pelo menos, de quatro a cinco meses para por em execução duas ou três políticas públicas que signifiquem uma resposta consistente e válida aos reclames empilhados da sociedade. E falo de medida de dimensão indiscutível como, p.ex., reforma tributária, adoção de um federalismo em que, ao ser concentrado nos Estados e Municípios, com novas tarefas e encargos que proporcionalmente se lhes devesse igualar em verbas federais, acabando-se a fórmula imposta e estapafúrdia em que se lhes cobra que façam cada vez mais com menos.
Se tal não ocorrer, e ao governo Temer – por quem a gente torce – faltar a decisão desassombrada, o compromisso com a inovação, chego até a pensar que, por essa omissão, poderá (não acredito…) fazer o milagre de reinventar a Dilma.
Na prática, Dilma ganhou a BOLSA PRESIDENTA – é a primeira vez que se outorga tal prebenda – que consiste em ter salário integral sem trabalhar; casa (casa não, Palácio), comida e roupa lavada; transporte por terra (muitos carros), mar (dizem que ela adora barcos) e ar (jatinhos e jatões: sempre que, como mãe e/ou avó, estiver saudosa, poderá com a maior facilidade e sem ônus ou burocracia, dar um pulo a P. Alegre para ver a prole). Tem mais: segurança – para que ela não se preocupe com a violência urbana – a mesma que ameaça o cidadão comum. Terá mais doze ou treze técnicos (economistas, juristas etc) “cinco estrelas” a sua disposição, para produzir material doutrinário ou de utilidade petista para a imprensa e, numa visão mais apimentada, para as redes sociais, distribuindo preferencialmente, entre os “cumpanheiros”, visando levantar – será que é possível? – o moral da militância. Tudo isso de graça, em nome do merecido (não será?) físico-estético-presidencial possa dar todas as PEDALADAS QUE QUISER sem risco das denúncias “dessa gente que não sabe o quanto faz bem pedalar”.
E teria mais, mas já basta. Afinal, o cidadão brasileiro – por complacência ou desesperança – sabe (como no samba de Noel) que é nas suas costas que vão pendurar o desgaste das bikes utilizadas e a enorme conta da farra financeira de final de governo.
E a gente que durma com um barulho desses… Como dizia Quintana “eles passarão; eu, passarinho”.
(Há mais, dessa história, na próxima crônica).
Carlos Alberto Chiarelli, Doutor em Direito
cagchiarelli@gmail.com
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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