Sábado, 15 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2016
Um dos principais delatores do núcleo político da Operação Lava-Jato, o ex-senador Delcídio do Amaral já tem data e hora para contar o que sabe para o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações penais em primeira instância relativas aos casos de corrupção na Petrobras.
Moro marcou para as 14h do dia 24 de junho o depoimento de Delcídio no processo que investiga a cobrança de propina de empreiteiros para blindá-los de convocação na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Petrobras, cujos trabalhos foram realizados pelo Congresso Nacional em 2014.
O depoimento de Delcídio à Procuradoria-Geral da República, em acordo de delação premiada, é um dos indícios apresentados pelo Ministério Público Federal, que arrolou o ex-senador como testemunha de acusação, para pedir a condenação do ex-senador Gim Argello, o principal réu da ação penal em questão, que está preso desde abril, quando a Polícia Federal deflagrou a 28ª da Operação Lava-Jato.
Delcídio afirmou, em seu depoimento, que Argello, o ex-senador Vital do Rêgo, hoje ministro do Tribunal de Contas da União, e o deputado federal Fernando Francischini (SD-PR) se reuniram com executivos das principais empreiteiras do País e cobraram propina de R$ 5 milhões para que eles não fossem convocados a depor na CPMI.
Alguns dos presidentes de construtoras, também colaboradores, como Ricardo Pessoa, da UTC, confirmaram o pagamento de propina a Argello. Com foro privilegiado, Rêgo é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal. Já quanto a Francischini, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou o arquivamento do caso, pois seu nome não foi citado por nenhum outro depoente.