Quinta-feira, 16 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 23 de setembro de 2016
O balanço do naufrágio de um barco de pesca que transportava centenas de migrantes diante do litoral egípcio subiu para 133 mortos depois da descoberta de novos corpos nesta sexta-feira (23) no Mar Mediterrâneo.
Os sobreviventes indicaram que 450 migrantes se encontravam a bordo do barco de pesca que deveria levá-los para a Itália quando a embarcação virou e começou a afundar diante do porto egípcio de Rosetta, na quarta-feira (21).
“O balanço de mortos do barco de migrantes ilegais no litoral de Rosetta alcançou 133”, indicou o ministério da Saúde egípcio em um comunicado. As autoridades militares indicaram que foram resgatadas 163 pessoas, e as operações de busca prosseguiam.
Os socorristas indicaram que as operações de resgate se concentrarão no porão do barco, onde, segundo testemunhas, havia 100 pessoas quando a embarcação virou.
“Era o apocalipse”
O egípcio Ahmed Mohamed, de 27 anos, relatou nesta quinta-feira (22) o momento de pânico após o naufrágio de uma embarcação superlotada na quarta-feira a 12 quilômetros do litoral de Rosetta, cidade da costa mediterrânea do Egito. “Éramos 200, o barco já estava cheio. E chegaram outros 200. O barco tombou e começou a afundar”, contou Ahmed Mohamed, algemado na maca de um hospital. “Era o apocalipse. Todos tentavam sair vivos. Nadei 10 quilômetros”.
Desaparecidos
Na manhã de quinta-feira (22), na praia ao norte de Rosetta, na foz do Nilo, dezenas de pessoas se reuniram, algumas lendo o Alcorão, à espera de informações sobre seus parentes desaparecidos, constatou um jornalista da AFP.
O Egito se converteu há pouco tempo em um ponto de partida para muitos candidatos à imigração, dispostos a pagar grandes somas de dinheiro para chegar à Europa.
Desde o início da primavera (Hemisfério Norte), centenas de pessoas a bordo de embarcações precárias foram resgatadas ou interceptadas pela guarda-costeira egípcia. Mas não ocorreram recentemente naufrágios desta magnitude.
Segundo o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, 10% dos migrantes que chegam à Europa o fazem partindo de barco do Egito. A travessia inclui com frequência perigosas baldeações no meio do mar.
Na terça-feira, o exército egípcio havia anunciado que interceptou um navio que transportava 68 migrantes. Na quarta-feira interceptou outro com 294 pessoas a bordo. (AG)