Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de janeiro de 2017
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato, em primeira instância, disse que está perplexo com a morte do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki. O magistrado morreu em um acidente aéreo na tarde desta quinta-feira (19), na região de Paraty, no litoral do Rio de Janeiro.
“Tive notícias do falecimento do ministro Teori Zavascki em acidente aéreo. Estou perplexo. Minhas condolências à família. O ministro Teori Zavascki foi um grande magistrado e um herói brasileiro, exemplo para todos os juízes, promotores e advogados deste país. Sem ele, não teria havido Operação Lava-Jato. Espero que seu legado de serenidade, seriedade e firmeza na aplicação da lei, independentemente dos interesses envolvidos, ainda que poderosos, não seja esquecido”, disse.
Enquanto Moro cuida dos processos da Operação Lava-Jato na primeira instância, Zavascki era o relator de todos os processos da investigação que chegavam ao STF.
Em março de 2016, Zavascki exigiu de Moro uma resposta sobre a divulgação de grampos telefônicos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então presidenta Dilma Rousseff. O ministro pediu explicações sobre os motivos que levaram o magistrado a deixar que as gravações se tornassem públicas.
À época, Moro enviou um ofício ao STF, em que pediu desculpas aos ministros. O juiz disse que não tinha a intenção de provocar as polêmicas que decorreram após a divulgação dos áudios. Assim que as gravações foram tornadas públicas, houve uma série de protestos por todo o País, pedindo a saída da presidenta e também de Lula, que acabara de ser indicado para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil.
Em junho, Zavascki acabou considerando nulas parte das gravações obtidas naquela ocasião. No mês seguinte, Moro voltou a defender a legalidade dos áudios. No mesmo despacho, o ministro encaminhou a Moro os documentos das investigações referentes a um tríplex no Guarujá e a um sítio em Atibaia, ambos no Estado de São Paulo. No caso do apartamento, Moro aceitou uma denúncia contra o ex-presidente, que virou réu e responde à ação penal em primeira instância.
Força-tarefa
Os procuradores do Ministério Público Federal, que integram a força-tarefa da Operação Lava-Jato, também lamentaram a morte de Teori Zavascki. Os investigadores lembraram a trajetória do ministro como magistrado e professor de direito.