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Por Redação O Sul | 20 de abril de 2017
O engenheiro da Odebrecht Emyr Diniz Costa Júnior, responsável pelas obras do sítio em Atibaia, atribuído pelo Ministério Público ao ex-presidente Lula, confessou ter participado de um esquema para a emissão de notas frias para evitar deixar vestígios de que as obras foram executadas pela Odebrecht e de que o real beneficiário era o petista.
A reforma, segundo o delator, teria sido feita em parceria com o empreiteiro Carlos do Prado e custou R$ 700 mil. As obras eram uma “surpresa” para Lula, pedida em 2010, pela ex-primeira dama Marisa Letícia, morta em fevereiro, à construtora, de acordo com o depoimento de Alexandrino de Alencar, que fazia a ponte entre Lula e Emílio Odebrecht, patriarca do grupo. A Lava-Jato sustenta que o sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, é patrimônio oculto de Lula, registrado em nome de dois sócios de seus filhos. Lula nega.
“Após a conclusão da reforma, por volta de março de 2011, fui orientado a acompanhar Alexandrino Alencar em reunião com o advogado Roberto Teixeira em seu escritório. Nesta reunião, ele me pediu para que eu descrevesse como a obra ocorreu para possibilitar que o advogado construísse uma forma de ‘regularizar’ a obra”, afirmou Emyr.
No encontrou, o engenheiro da Odebrecht alega ter descrito que contratou um subempreiteiro para realizar as obras e que fazia repasses a ele. “E aí ele [Roberto Teixeira] deu a ideia: Então você procura esse empreiteiro e faz esse contrato em nome do proprietário que aparece na escritura. Naquela data, eu soube que estava em nome de Fernando Bittar.” “Aí ele [Teixeira] me orientou: Faz um contrato entre contratante, Bittar, contratado, objeto, a edícula, a casa… coloque um valor até mais baixo para ser compatível com a possibilidade de renda do Fernando Bittar. Coisa de R$ 170 mil”, afirmou.