Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de maio de 2017
Cercada de incertezas, a acirrada disputa para definir o próximo presidente da França pode ser apenas o primeiro capítulo de uma instabilidade política que vem surgindo na esteira do fim do modelo de bipartidarismo nas principais democracias europeias.
Diferente do Brasil, onde as eleições legislativas coincidem com a presidencial, a votação para formar o novo Parlamento francês só será realizada em junho, um mês depois do segundo turno da corrida pelo Palácio do Eliseu. Até lá, o futuro mandatário não saberá se terá maioria no Congresso.
Em um continente onde a tradição dominante é a do parlamentarismo, a França adota um sistema político um pouco diferente, um semipresidencialismo que concentra poderes no chefe de Estado, mas mantém a figura do primeiro-ministro para lidar com o dia a dia do governo.
No modelo francês, o presidente da República, além de cuidar de questões de defesa e política externa, é responsável por determinar as diretrizes do país e por nomear o premier, mas este precisa necessariamente refletir a composição de forças no Parlamento. Daí é que pode nascer o impasse.
Se as eleições legislativas repetirem o cenário da disputa pelo Eliseu, serão quatro blocos brigando pelo voto popular: a esquerda, dividida entre o Partido Socialista (de François Hollande e do candidato Benoît Hamon) e o movimento eurocético França Insubmissa (de Jean-Luc Mélenchon); o novo centro social-liberal representado por Emmanuel Macron; a direita de François Fillon; e a extrema direita de Marine Le Pen.