Sábado, 27 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2017
Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo frigorífico JBS/Friboi, relataram às autoridades brasileiras que receberam ameaças de morte e foram autorizados a deixar o País. Ambos moram em Nova York, nos Estados Unidos.
Os dois disseram em delação à PGR (Procuradoria-Geral da República) que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na operação Lava-Jato, no ano passado.
Joesley mantém um apartamento na Quinta Avenida, uma das mais importantes de Manhattan e não atendeu a nenhuma das solicitações de entrevista do jornal O Globo – principal responsável pela divulgação inicial da delação premiada dos irmãos Batista, que abalou o presidente Michel Temer e arrasou a carreira política do senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado nessa quinta-feira. De acordo com o porteiro do prédio, o dono da JBS e a mulher dele teriam deixado o local com diversas malas.
Na delação, Joesley afirmou ter gravado Temer dando aval para que o empresário continuasse pagando uma “mesada” a Cunha (PMDB-RJ), para que ele se mantivesse em silêncio mesmo após ser preso. A gravação, segundo o jornal, foi feita em março deste ano.
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência afirmou que Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado. “O presidente da República não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”, frisou o comunicado.