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Brasil Os irmãos Batista conseguiram evitar o prejuízo de 138 milhões de reais por que tinham o conhecimento de informação privilegiada

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Alguns deles se juntaram ao redor do presidente da Câmara para debater; havia o risco de perder. Até o relator na Câmara da emenda constitucional que instituiu a reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), informou a Lira ser a favor da isenção das carnes. A proposta apresentada pelo PL, que havia iniciado o dia morta pela decisão de Bolsonaro de punir a JBS, foi o veículo eleito para a alteração e poderia ser aprovada. O presidente da Câmara narrou a jornalistas, ao fim da votação, como foi o desfecho da negociação: “(O acordo) foi fechado ali dentro no plenário. Os líderes embaixo, depois vários subiram (à mesa diretora) na reta final, antes da votação dos destaques”, descreveu. Segundo ele, a previsão de que, no futuro, o assunto volte a ser discutido, com a previsão de um nível desejável de alíquota de referência em torno de 26,5%, abriu a porta para um acordo. “O que deu conforto foi essa trava de 26,5% que foi colocada no texto. Se bater perto, vai ter que ter alteração, vai ter que rever. Deu conforto em uma votação que poderia dar qualquer coisa, qualquer lado poderia alcançar os 257 votos”, disse. A isenção de impostos para as carnes foi aprovada na Câmara com amplo placar de 477 apoiadores (de um total de 513). (Fotos: Paulo Fridman/Bloomberg e Adriano Machado/Reuters)

A atuação dos irmãos Joesley e Wesley Batista na Bolsa de Valores enquanto já negociavam o acordo de delação premiada evitou um prejuízo de R$ 138 milhões à JBS com a compra e venda de ações, segundo a PF (Polícia Federal). Já por meio de operações de compra e venda de dólar, os irmãos Batista garantiram lucro de cerca de R$ 100 milhões, segundo estimativa do MPF (Ministério Público Federal).

Joesley e Wesley começaram a negociar a colaboração com a PGR (Procuradoria-Geral da República) em 2 de março e assinaram um termo de confidencialidade em 28 de março. Sabendo do impacto que a assinatura do acordo teria sobre o mercado financeiro, segundo a PF, os irmãos passaram a usar essa informação privilegiada para lucrar na bolsa a partir do dia 24 de abril.

As operações de compra e venda de ações e de dólares terminaram em 17 de maio, segundo a investigação, mesmo dia em que foi revelado que o acordo havia sido assinado. Para os investigadores, isso é um indício claro de uso de informações privilegiadas para ter ganhos econômicos, crime que prevê pena de até cinco anos de prisão.

O delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, chefe da Delegacia de Repressão a Corrupção da PF em São Paulo, diz que essas operações financeiras mostram que os irmãos Batista descumpriram cláusulas do acordo de delação porque continuaram cometendo crimes enquanto eram investigados:

“Na delação, eles se comprometem a não mais praticar delito e a ajudar na investigação do crime. Mas agora, investigação comprova que, de um lado, continuaram praticando crimes e, de outro, que há provas que omitiram informações. Estamos diante de pessoas com personalidade voltada para a prática reiterada de crimes. Eles foram alvo de seis operações e não pararam de delinquir. Certamente não vão parar na sétima. A prisão preventiva é a única forma de cessar essa prática”, diz o delegado.

Nesta quarta-feira, A PF prendeu Wesley, presidente executivo do grupo J&F. Joesley, que está preso em Brasília, foi alvo de mandado de prisão preventiva. Com esse pedido, se a prisão temporária de cinco dias que ele cumpre em Brasília não for renovada, Joesley voltará para a carceragem da PF em São Paulo. Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão nas casas de ambos.

Em nota, o advogado Pierpaolo Bottini classificou como injusta, absurda e lamentável a prisão de Wesley Batista:

“É injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à disposição da justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos. O estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça”, disse, em nota.

Já a JBS informou, em comunicado direcionado a seus acionistas, que tomou conhecimento da detenção do seu diretor-presidente, Wesley Batista. A nota diz que “A companhia ainda não teve acesso à integra dessa decisão e manterá seus acionistas e o mercado devidamente informados acerca de tal tema.” (AG)

 

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