Sexta-feira, 14 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2017
Condenado a 45 anos de prisão na Operação Lava-Jato, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) teve sua página oficial no Facebook reativada nesta quarta-feira (27). A nova estratégia de comunicação ocorre pouco mais de um mês depois do juiz Marcelo Bretas proibir o peemedebista de conceder entrevistas.
Sob a hashtag #apoioasergiocabral, o texto publicado no perfil diz que o objetivo é “divulgar principais realizações” do peemedebista, preso desde novembro passado em Bangu. E, como qualquer bom conhecedor da web poderia esperar, internautas não demoraram a deixar claro o que acharam da iniciativa.
Uma hora depois da publicação, já havia pelo menos 2.200 comentários com críticas e ironias à reativação da página.
Muita gente ficou confusa, achando que o próprio ex-governador havia sido o responsável pela postagem. “Lá no presídio tem Wi-Fi?”, escreveu um internauta. Em resposta a uma mensagem, o responsável pelo perfil tratou de esclarecer que a página é, na verdade, alimentada por apoiadores de Cabral.
Menos de 1% dos comentários continham mensagens apoio. A maior parte dos internautas usou a plataforma para desabafar sobre o que pensam do ex-governador. “Que apodreça na cadeia”, lê-se em uma delas. “Pega ladrão”, diz outra. Muitos denunciaram a página.
PSOL
Depois que a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro cassou a medalha dada a Sérgio Cabral (PMDB), o ex-governador pode também perder a medalha Pedro Ernesto.
A bancada do PSOL na Câmara protocolou nesta quarta um requerimento para revogar a homenagem, junto com a medalha do Mérito Esportivo Pan-Americano. As honrarias foram concedidas, respectivamente, em 1995 e 2006.
Na justificativa, além de chamar o político de “um dos mais deploráveis personagens da história do Rio de Janeiro”, o pessoal não perdoou nem o (mau) gosto do peemedebista:
Em um trecho, os autores do requerimento lembram dos famosos jantares de Cabral, “revestidos de muito luxo”… e “cafonice”.
A expectativa é que a votação seja nesta quinta-feira (28) ou na semana que vem.
Condenação
O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foi condenado no último dia 20 de setembro por crimes investigados pela Operação Calicute, um dos desdobramentos da Lava-Jato. Cabral foi condenado a 45 anos e 2 meses de reclusão, além de multa, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa.
Segundo denúncia da Operação Calicute, o esquema desviava verbas do contratos do governo do RJ com empreiteiras. Além de Cabral, a sentença do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal também condena outras 11 pessoas por participação no esquema. A esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, foi sentenciada a 18 anos e 3 meses de prisão.
Na sentença Cabral é descrito como “idealizador do gigante esquema criminoso institucionalizado no âmbito do Governo do Estado do Rio de Janeiro, era o chefe da organização, cabendo-lhe essencialmente solicitar propina às empreiteiras que desejavam contratar com o Estado do Rio de Janeiro, em especial a Andrade Gutierrez, e dirigir os demais membros da organização no sentido de promover a lavagem do dinheiro ilícito”.