Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2017
 
				Isolado pelo processo de impeachment de Dilma Rousseff, o PT pretende abrir mão de lançar candidatos a governador em até 16 Estados nas eleições de 2018 para apoiar nomes de outros partidos. Em troca, os petistas querem espaço em palanques regionais fortes para a sua chapa presidencial, encabeçada, a princípio, pelo ex-presidente Lula.
Em busca de candidatos competitivos, dirigentes do PT estudam se aliar até a siglas que trabalharam pela queda da ex-presidente, como PMDB, PTB e PSB. A ideia é apoiar “dissidentes” dessas siglas que pretendam se candidatar a governador e abram espaço para a campanha nacional petista. Essa estratégia valerá tanto para uma candidatura de Lula quanto para outro nome do PT, caso o ex-presidente tenha sua condenação confirmada e não possa concorrer.
Um mapa traçado a partir de informações de integrantes da direção petista mostra, a um ano do primeiro turno de 2018, que o partido pode reduzir a 11 o número de Estados em que lançará candidatos a governador. Em 2014, o PT lançou 17 nomes.
O partido só deve começar a discutir esses cenários oficialmente no fim do mês. Dirigentes, entretanto, já afirmam que suas prioridades serão as eleições para presidente, deputado e senador. A estratégia de pegar “carona” em candidaturas mais fortes nos Estados é uma maneira de compensar o isolamento da sigla com a Operação Lava-Jato e o impeachment de Dilma, que deixou sequelas na relação entre os petistas e as principais legendas do País.
Por isso, os petistas preveem dificuldades para construir uma coligação nacional ampla em torno de Lula ou de outro presidenciável. Para contornar uma possível falta de musculatura, os dirigentes da sigla querem abrir mão de projetos locais próprios e apoiar o maior número possível de candidatos de outras legendas que se proponham a dar palanque para Lula em seus Estados.
São citadas as candidaturas de Renan Filho (PMDB), em Alagoas; Roberto Requião (PMDB), no Paraná; Paulo Câmara (PSB), em Pernambuco; Renato Casagrande (PSB), no Espírito Santo; e Armando Monteiro (PTB), em Pernambuco. Os partidos de todos esses candidatos apoiaram o impeachment e integraram o governo de Michel Temer, mas os candidatos são considerados simpáticos ao PT e, principalmente, ao ex-presidente.
Apesar do enfraquecimento, o PT ainda é considerado um aliado importante. Como elegeu a maior bancada de deputados em 2014, emprestará uma fatia significativa do tempo de propaganda de rádio e TV às chapas que tiverem seu apoio. Além disso, muitos postulantes a governador querem se aproximar de Lula, uma vez que o ex-presidente ainda detém popularidade alta em muitos Estados, especialmente na Região Nordeste.