Sexta-feira, 20 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2017
Continua nesta quarta-feira (18), no prédio 15 da PUCRS, mais uma atividade preparatória para a Bienal do Mercosul, que acontecerá em 2018, na Capital. Desde segunda-feira, o local sedia o Colóquio Internacional Sobre as Origens do Povo Brasileiro. A partir das 19h, o professor Fernando Tacca, da Unicamp, vai abordar O Índio Brasileiro através da Fotografia e Rejane Müller, também da Unicamp, vai falar sobre As Artes Indígenas e a Arte Contemporânea. A coordenação deste Colóquio Internacional é da professora de História da Arte, da PUCRS, Maria Lúcia Kern, integrante da diretoria da 11ª Bienal do Mercosul.
O presidente da Fundação Bienal, o médico oncologista Gilberto Schwartsmann está entusiasmado com o tema e com todos os eventos que antecedem à Bienal. Ele fala sobre a relevância do tema Triângulo do Atlântico pois “houve um ocultamento premeditado da presença do negro em nossa sociedade. Por quase 400 anos, navios negreiros cruzaram o Atlântico, trazendo pela força mais de 10 milhões de cativos da África para a América. A escravidão foi o sustentáculo do modelo econômico mais perverso da história da humanidade. O que poucos brasileiros sabem é que, enquanto os Estados Unidos receberam 400 mil negros no período escravagista, ao Brasil chegaram 10 vezes mais”.
Daí a importância de trazer à tona esta discussão que, pela primeira vez na história da Bienal, vai abrir um diálogo sobre a presença e a influência do negro e do indígena em nossa cultura. “Em nossa formação cultural, houve vários processos históricos de individualidade ao elemento negro e indígena, priorizando a matriz europeia. Durante a escravidão e mesmo depois da abolição, o negro foi muito desprotegido e a Bienal vai fazer um resgate principalmente do negro e afro na nossa cultura. Queremos mostrar a importância desta matriz. A Bienal vai nos ajudar a discutir assuntos que a população gaúcha não discute com frequência”, atesta o presidente da Bienal.
Gilberto Schwartsmann lembra que historicamente inúmeros fatores mostram o negro em situação menos privilegiada, como baixa renda, exclusão, baixa educação. “É muito importante discutir estes temas porque nos dá a possibilidade de resgatar assuntos que dizem respeito à nossa sociedade. O Rio Grande do Sul recebeu um imenso contingente de escravos. Tivemos uma grande cultura negra aqui.”