Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2017
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reafirmou, na ata do encontro da semana passada, que a evolução do cenário básico, em linha com o esperado, e o estágio do ciclo de cortes tornaram adequada a redução da Selic (a taxa básica de juros) em 0,75 ponto porcentual, de 8,25% para 7,50% ao ano.
Na ata, o Copom também voltou a sinalizar a intenção de, no encontro de 5 e 6 de dezembro deste ano, aplicar um corte menor. “Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme o esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária.”
“Todos os membros do comitê voltaram a enfatizar que a aprovação e a implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal e de ajustes na economia, são fundamentais para a sustentabilidade do ambiente de inflação baixa e estável para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural”, diz o documento.
Sobre a dimensão do atual ciclo de redução da taxa básica de juros, houve consenso, por parte do comitê, em “manter a liberdade de ação e adiar qualquer sinalização sobre as decisões futuras de política monetária de forma a incorporar novas informações sobre a evolução do cenário básico e do balanço de riscos”.
Para os economistas do mercado financeiro, no comunicado da semana passada, a mensagem foi bem clara: a Selic cairá mais 0,5 ponto porcentual em dezembro, para 7% ao ano. Se confirmado, este será o menor nível para a Selic desde que a taxa começou a ser utilizada como referência para a política monetária brasileira.
Ao mesmo tempo, como vem fazendo nos últimos meses, o colegiado pontuou, na ata, que “o processo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”.
Neste trecho, o Banco Central do País não fez – assim como havia ocorrido no comunicado da semana passada – nenhuma menção ao encerramento do ciclo. Na ata do encontro anterior do Copom, do mês de setembro, o colegiado antevia um “encerramento gradual do ciclo”.
O BC enfatizou ainda na ata de hoje que “o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da taxa de juros estrutural” – aquela em que, na teoria, há geração de crescimento sem inflação. “As estimativas dessa taxa serão continuamente reavaliadas pelo Comitê”, informou a ata. “O Copom entende que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”, disse ainda o Banco Central.