Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2017
O ex-funcionário do governo de Cristina Kirchner, Jorge Alejandro Delhon, se suicidou na terça-feira em Lanús, na Grande Buenos Aires. Ele foi citado por Alejandro Burzaco, ex-executivo da empresa Torneos y Competencias, em depoimento em Nova York, que apura pagamento de propinas no futebol.
Delhon teria recebido milhões de dólares em propina, segundo Buzarco. De acordo com a edição on-line do jornal Clarín, Delhon se jogou sobre os trilhos de um trem que viajava para o Aeroporto de Ezeiza, que passava entre as ruas 29 de Setembro e Oncativo, em Lanús. Delhon tinha 52 anos e quatro filhos. Ele trabalhou para Cristina Kirchner em 2012.
O ex-executivo da empresa Torneos y Competencias, o argentino Alejandro Burzaco, disse em depoimento no Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York, que pagou propina para diversos altos executivos de Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) – entre eles dois ex-presidentes da CBF (José Maria Marin e Ricardo Teixeira) e o atual presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.
Disse também que fez parcerias com outras empresas de mídia, acrescentando que quase todas pagaram propina para cartolas – citando a TV Globo, a Media Pro (Espanha), a Fox Sports (EUA), a Televisa (Mexico) e duas empresas de intermediação – a Traffic (brasileira) e a Full Play (argentina).
O depoimento foi dado no processo em que Marin – que está em prisão domiciliar nos EUA desde 2015 – está sendo julgado ao lado de Juan Manuel Napout (ex-presidente da Conmebol e da federação paraguaia) e Manuel Burga (ex-presidente da federação peruana).
Filha de Cristina
Florencia Kirchner, filha dos ex-presidentes argentinos Néstor e Cristina Kirchner, denunciou uma “feroz perseguição” e pediu nesta quarta-feira para ser absolvida do caso de suposta lavagem de dinheiro e formação de quadrilha que afeta a sua família.
“Enfatizo que não participei de nenhum dos atos de comércio que, insolitamente, foram definidos como uma manobra de lavagem de dinheiro de origem criminosa. Além disso, na maioria das operações em que há referências a mim eu também não poderia ter participado porque sequer tinha alcançado a maioridade”, começava o comunicado.
O texto, publicado por Cristina Kirchner na rede social Facebook, afirma que a acusação é “falsa, manifestamente irracional e vulnera os princípios constitucionais de culpabilidade, legalidade e ofensividade”.
A jovem compareceu aos tribunais federais de Buenos Aires minutos antes do horário para o qual havia sido chamada para depor e, sem fazer declarações, apresentou ao juiz Julián Ercolini o documento com o pedido. Além disso, a jovem denunciou uma “feroz campanha de perseguição política, midiática e judicial” contra a sua família.
Florencia Kirchner, que permaneceu apenas 15 minutos nos tribunais e não respondeu perguntas – como fizeram sua mãe e seu irmão, Máximo, nos dias anteriores -, diz no texto que “pretendem realizar um julgamento de responsabilidade penal” contra ela com base em fatos dos quais não participou e nem pode ter interferido.