Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2017
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou nessa terça-feira o resultado dos testes de segurança feitos no sistema das urnas eletrônicas para as eleições do ano que vem. A avaliação foi realizada durante quatro dias e envolveu o trabalho de diversos especialistas em Tecnologia da Informação, que tentaram acessar e atacar o sistema das urnas, a fim de identificar possíveis falhas e vulnerabilidades.
Conforme o Tribunal, foram detectados seis problemas durante os testes. Em um dos ataques, um grupo conseguiu acessar e identificar a sequência de votos no equipamento. De acordo com o TSE, porém, não foi possível alterar esses votos.
De posse das falhas identificadas, os técnicos do órgão trabalharão agora para corrigir os problemas antes do pleito em que o eleitorado escolherá os ocupantes de cargos como presidente da República, governador e senador.
O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, disse que esses testes dão ainda mais segurança à votação eletrônica. “Com toda certeza, não se trata de um discurso, isso é demonstrado e evidenciado inclusive com esse tipo de evento, que são os testes públicos de segurança”, ressaltou.
Ainda segundo ele, o exercício tecnológico mostra realmente como o sistema está, onde há as potenciais fragilidades e onde efetivamente serão feitos os reparos e ajustes: “Então, isso demonstra o quanto o software está maduro, está robusto e evoluindo à medida em que a própria sociedade dá a sua contribuição”.
Detalhes
“As falhas encontradas estão ligadas à proteção das mídias, dos cartões de memória”, comentou Janino. Segundo ele, o que se percebeu com esse teste é que foi possível romper-se algumas barreiras e alterar alguns dados no software da urna. “As falhas constatadas são consideradas de fácil ajuste e a própria equipe capacitada do TSE resolverá os problemas”, garantiu.
Para ele, esses testes públicos são de extrema importância para mostrar a segurança que as urnas eletrônicas dispõem. Ele explica que, nesse teste, a situação em que os investigadores encontraram os problemas eram excepcionais e mais facilitadas.
Ou seja, foram desconsiderados fatos presentes no dia da votação como o gabinete fechado da urna e seguranças que impeçam a abertura da urna para, então, começar-se o processo de extração de informações e decodificação do sistema em um computador externo.
Outro fator citado pelo secretário é que as urnas não tem sistemas de comunicação embutidos, o que impossibilita a violação do sistema por distância. “Sem dúvida, esses testes, não só afirmam como evidenciam a segurança das urnas eletrônicas”, explicou. Ele também garante que essas fragilidades não estiveram presentes na eleição passada, uma vez que o software é atualizado de dois em dois anos e essas falhas foram achadas apenas nessa última versão.
Janino criticou a falta da participação de partidos políticos nos testes. Segundo ele, sempre há reclamações quanto à segurança nas urnas eletrônicas após as eleições, porém a presença de equipes dos partidos participando dos testes é baixa. Para enviar um plano de investigação basta ser brasileiro e maior de idade. O plano é analisado pela equipe de tecnologia de informação do TSE.