Domingo, 04 de maio de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas Meus princípios por um trono

Compartilhe esta notícia:

Julgamento do petista mobiliza forte esquema de segurança na Capital gaúcha. (Foto: Banco de dados)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Em 2002, Lula assina a “Carta aos Brasileiros” (atribuída ao José Dirceu), na qual dá a entender que não se propõe a fazer um governo estatizante, ideologicamente comprometido. Declara que os empresários são valiosos e serão apoiados no seu esforço de produzir e crescer; que será um parceiro de integração e saberá compartilhar do mundo globalizado.

Era a antítese do sindicalista que tinha grandes críticas ao capitalismo. Agora não só não atacava, como prometia um Governo – foi uma grande surpresa – com grande compartilhamento. O sindicalista não falava em greve. Compreendia a importância do lucro e reiterava a sua nova linha: “paz e amor”. As bandeirinhas do PT, historicamente, vermelhas, viraram multicoloridas. Fim para a cor única, para o monopólio da virtude, para a condenação das coligações. Queria te-las e sortidas de defensores de doutrinas diversas.

Deixou de reiterar – como antes – que só se emparceraria com as “puras de sangue”. Agora (em 2002) receber-se-ia, com foguetes estrondosos, quem tivesse votos a oferecer. Caiu o critério da alegada qualidade (?). Subiu o item da possível quantidade (de votos, naturalmente, mas também de dinheiro que se desejava ter para fazer campanha parecida com a do adversário).

Tudo aquilo, de que tão mal se falara, em nome de que VALE TUDO para chegar ao Poder, virou aceitável (no mínimo) e até recomendável. E assim se destruía o que deixou, provavelmente, os poucos crentes ideológicos entre irritados e/ou totalmente descrentes; e os oportunistas, pigmaleônicos eufóricos com o pragmatismo amoral do vale tudo para ganhar (esse pensamento avançou tanto no Partido, chegando ao ponto de Lula ir à casa do Maluf com a presença da mídia – exigência do Maluf – pedir seu apoio, elogiando méritos -não sei se existem- que, antes, nunca haviam visto, no já condenado tantas vezes, por desonesto, pela Justiça).

Lula conseguiu seu objetivo: ganhou a eleição. Não se importou em manchar feio sua imagem, abjurar seus compromissos, compartilhar de (ou silenciar sobre) episódios com todas as aparências de malfeitos (a morte, até hoje, não esclarecida, de Celso Daniel p.ex., coordenador de campanha presidencial que teria reagido a ideia de “cumpanheiros” apropriarem-se (em visível roubalheira) de doações ou propinas destinadas ao Partido.

Na Presidência, não inventou a corrupção mas atreveu-se a dizer – desrespeitando a inteligência do povo brasileiro – que nunca viu nada; que jamais soube de nada. Fica assim sob dupla cobrança: ou é muito incompetente e nada sabia sobre o que ocorria no gabinete ao lado do seu; ou é muito (profissionalmente) cínico, mentindo sem qualquer constrangimento.

Alguém dirá: mas há gente de quase todos os partidos com a “mão na cumbuca” (ou com a “boca na botija”: outra linguagem). Também é verdade! Ocorre que, antes do PT (Lula/Dilma), a criminalidade “oficial” (cometida por autoridades ou por elas compartilhada) era ato individual. Alguém, emparceirando-se com um agente público, “lavava dinheiro”, fraudava uma licitação, falsificava um laudo ou um certificado etc.

Com o PT, sob o manto protetor de quem dizendo nada saber, sempre soube de tudo, criou-se o CRIME CORPORATIVO. Não era mais a gatunagem a varejo. Passou a ser “criminalidade no atacado”. Houve gente séria que, no mínimo, se afastou (Olívio, p.ex.). Lula, não só ficou muito a vontade, como sem “lenço nem documento” facilitava as coisas.

Kissinger – parece que com boa dose de razão – dizia que o Poder é afrodisíaco. Exerce-lo, sem vacinar-se contra a sedutora – e normalmente falsa – sensação de “posso muito”; talvez, para alguns, “posso tudo” é correr o risco de tropeçar nos princípios éticos. É esparramar-se no solo dividindo em pedacinhos, jamais recomponíveis o próprio caráter. Perder-se-á talvez o “ativo” mais valioso que se possa ter. Até porque já se disse, com precisa seriedade: ou se é íntegro e nada mais importa; ou não se é íntegro e nada mais importa.

Lula, com seus SEIS MILHÕES DE REAIS BLOQUEADOS PELA JUSTIÇA, deve estar querendo juntar – infeliz tarefa – os pedacinhos de uma idoneidade que, traumatizada, se desmanchou.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

Condução coercitiva é ilegal, diz desembargadora federal
Fatos históricos do dia 16 de dezembro
https://www.osul.com.br/meus-principios-por-um-trono/ Meus princípios por um trono 2017-12-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar