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Por Redação O Sul | 1 de março de 2018
O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (1º) que no período de 1º de julho do ano passado a até 28 de fevereiro deste ano foram confirmados 723 casos de febre amarela no País, com 237 mortes.
Ao todo, foram notificados 2.867 casos suspeitos, sendo que 1.359 foram descartados e 785 permanecem em investigação no mesmo período. No ano passado, de julho de 2016 até 28 fevereiro de 2017, eram 576 casos confirmados e 184 óbitos confirmados.
O boletim anterior, divulgado em 25 de fevereiro, tinha 130 casos confirmados e 53 mortes. Mas isso não significa que as mortes e novos casos ocorreram na última semana – apenas que novos dados foram enviados pelas secretarias estaduais ao ministério, mesmo que de semanas e meses anteriores.
Casos absolutos e incidência
O ministério aponta que os casos absolutos do atual período de monitoramento são superiores ao do ano anterior, mas o vírus da febre amarela hoje circula em regiões metropolitanas do país onde vivem 32,3 milhões de pessoas que moram, inclusive, em áreas que nunca tiveram recomendação de vacina. No ano anterior, o surto atingiu uma população de 8 milhões de pessoas, menor que a atual. Desta maneira, considera-se que a incidência da doença no atual período é menor que no período passado.
A incidência da doença no período de monitoramento 2017/2018, até 28 de fevereiro, é de 2,2 casos para 100 mil/habitantes. Já no ano anterior, no período 2016/2017, a incidência foi de 7,1/100 mil habitantes.
Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1º de julho a 30 de junho de cada ano.
Vacinação
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse recentemente que a pasta estuda ampliar, até novembro deste ano, a vacinação de febre amarela para todo o Brasil. Atualmente, a vacinação contra a febre amarela exclui algumas regiões do País, até então consideradas de menor risco para a doença – caso do Nordeste e parte da Região Sul, por exemplo.
Com a medida, a vacina passaria a ser ofertada também nestes locais, onde hoje vivem 34 milhões de pessoas. O objetivo é prevenir um novo avanço da febre amarela em áreas onde não havia cobertura vacinal, como ocorreu no ano passado no Espírito Santo e, neste ano, em municípios de São Paulo.
“A ideia é discutir se será uma decisão nossa de governo, mas isso depende dos secretários estaduais concordarem, para que vacinemos toda a população que nunca foi alvo de vacinação no Brasil, porque não estava em área de risco”, afirmou Barros.
Segundo o ministro, a medida visa evitar a expansão do vírus antes do início de um novo “ciclo” de febre amarela no próximo verão, quando geralmente há aumento de casos. “Como o vírus tem circulado em áreas novas, adiantaríamos essa vacinação. Essa é uma discussão em andamento que vai ter em duas semanas uma decisão”, completou. Agora, a previsão é que o debate seja levado a reuniões com representantes dos Estados e municípios.