Terça-feira, 10 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2015
Uma mulher de 31 anos morreu vítima de uma infecção após ter extraído um dente, em uma clínica odontológica particular de Várzea Grande (Cuiabá). Jucilene de França era gerente de uma loja na cidade e deixou dois filhos, de 15 e 6 anos. Os familiares denunciam que houve negligência por parte dos dentistas que fizeram o procedimento na vítima. A certidão de óbito aponta que a morte foi causada por choque séptico, angina de ludwig [uma doença infecciosa] e extração dentária.
Um dia após tirar um siso, Jucilene teria começado a sentir fortes dores, inchaço e apresentou uma espécie de edema no pescoço. A vítima voltou ao dentista e passou por um pronto-atendimento particular e por um hospital antes de morrer. A família diz que ela estava bem de saúde e não tinha nenhuma enfermidade.
“Voltamos ao local do procedimento e lá disseram que era alergia da anestesia. Passaram um remédio, mas ela continuou sentindo dor e muito inchaço. Fomos a um pronto-atendimento e o médico constatou que ela estava com uma inflamação e infecção. Ela tomou medicação novamente, mas mal conseguia abrir a boca”, relatou a cunhada da vítima, Tatiane Magalhães.
O médico que atendeu Jucilene disse que precisava internar a paciente, devido ao estado de infecção que ela se encontrava. Porém, o plano de saúde que Jucilene tinha não cobria a internação solicitada.
“Mandaram ela para outro lugar, mas ela não resistiu. Os médicos nos disseram que ela estava com um edema muito grande e infecção generalizada. Tentaram reanimar, mas não conseguiram”, contou Tatiane.
Investigação.
O CRO-MT (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso) disse que não recebeu nenhuma denúncia sobre o que ocorreu com Jucilene. Contudo, vai acompanhar o caso.
Segundo o presidente da Comissão de Ética do Conselho, Sandro Stefanini, existem riscos de infecção, mesmo que o profissional siga todas as normas do procedimento. Conforme ele, o dentista é orientado a seguir normas antes da extração, como exames, raio-x e recolher dados da saúde do paciente.
“A extração [do siso] pode ter esse risco, afinal, a pessoa poderia não estar em condições de saúde. Até mesmo o profissional pode seguir os padrões e correr o mesmo risco. Nesse procedimento cirúrgico é aberto uma exposição com a corrente sanguínea e existem bactérias de todos os tipos na cavidade bucal”, declarou. (AG)