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Mundo O Facebook já se desculpou pelas recentes violações de privacidade, mas as medidas anunciadas pela empresa para corrigir o problema ainda são obscuras

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Mark Zuckerberg, diretor-presidente do Facebook. (Foto: Reprodução)

Muito pouco, muito tarde. A expressão da língua inglesa é utilizada na crítica a autores de erros que demoram demais para assumi-los e, quando o fazem, prometem medidas de eficácia duvidosa na solução do problema detectado. As informações são da editoria do jornal Folha de S.Paulo.

Assim se pode resumir a atitude de Mark Zuckerberg, diretor-presidente do Facebook, que veio a público na quarta-feira (21) para se defender do mais recente e maior escândalo envolvendo a rede social que ajudou a criar.

Cinco dias antes, revelou-se que dados de 50 milhões de usuários do Facebook foram utilizados indevidamente numa tentativa de influenciar o resultado das eleições presidenciais norte-americanas em favor de Donald Trump, vencedor do pleito, em 2016.

Depreende-se da descoberta – feita por um veículo de jornalismo profissional, o britânico The Observer, após um ano de apuração e ameaças legais à repórter que a conduziu – que houve um golpe.

Ao responder a um teste comportamental como milhares que pululam na rede, usuários do Facebook estavam inadvertidamente fornecendo dados pessoais a um pesquisador, que os repassou à empresa Cambridge Analytica.

De posse das informações, esta consultoria ligada a grupos de direita conseguiu detectar eleitores potenciais, que foram bombardeados com mensagens, propaganda e “fake news” a favor do candidato republicano e contra sua oponente democrata, Hillary Clinton.

Manipulação similar pode ter ocorrido, no mesmo ano, na campanha vitoriosa em favor do “brexit”, que defendia a saída do Reino Unido da União Europeia.

Ao permitir tudo isso, o Facebook parece ter rompido acordo de proteção à privacidade de seus usuários que fez em 2011 com órgão regulador nos EUA, sujeitando-se a multas que, num limite improvável, podem ir a US$ 2 trilhões.

A revelação levou legisladores americanos e europeus a exigir audiências de Zuckerberg, assustou investidores e suscitou campanhas de boicote ao mamute monopolista – a maioria conduzida, ironicamente, na própria rede social.

Na quarta, o executivo se desculpou e assumiu os erros, dizendo que sua empresa não estava preparada para combater esse tipo de ação durante as eleições nos EUA.

Prometeu novas táticas e inteligência artificial para evitar a repetição do golpe. Mencionou Índia e Brasil, dois de seus principais mercados, e disse estar comprometido a fazer “tudo o que for preciso” para ajudar a integridade das eleições dos dois países.

Louve-se a admissão de culpa de Zuckerberg, ainda que tardia. Porém, como a falta de transparência do Facebook – e de seus congêneres – se assemelha àquela da República Popular da China, não é possível saber o que significa “tudo o que for preciso”.

Os gigantes da tecnologia, que já se tornaram também gigantes de mídia, devem, assim, assumir responsabilidades inerentes à segunda condição, prestando contas do que transmitem. Que isso ocorra antes que outros estragos à democracia sejam promovidos, no Brasil ou em outros países.

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