Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2018
A Amazon.com está negociando com a Azul Linhas Aéreas a entrega de mercadorias no Brasil, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à agência de notícias Reuters, no mais recente sinal dos grandes planos da varejista norte-americana no País.
A potencial parceria com a Azul, que atende mais de 50% dos destinos brasileiros atendidos pela rival mais próxima, é o sinal mais forte de que a Amazon está alinhando a distribuição para vender produtos diretamente a consumidores em todo o País.
Também mostra que a empresa norte-americana de comércio eletrônico está levando a sério a superação dos notórios desafios logísticos do País, incluindo estradas de má qualidade, problemas de segurança e um território nacional continental.
Representantes da Azul se recusaram a comentar o assunto. A Amazon disse que não comenta “rumores ou especulações”.
A gigante do comércio eletrônico tem entrado lentamente no altamente competitivo mercado de varejo on-line do Brasil, começando com as vendas de livros eletrônicos em 2012, acrescentando livros físicos dois anos depois e oferecendo vendas terceirizadas de produtos eletrônicos em outubro.
O e-commerce é responsável por cerca de 5% das vendas do mercado de varejo de 300 bilhões de dólares, cerca de metade de sua participação nos EUA. No entanto, as vendas on-line do Brasil dobraram em quatro anos e devem crescer a um ritmo de dois dígitos nos próximos anos.
Atualmente, a Amazon depende de fornecedores terceirizados para enviar produtos vendidos em seu site brasileiro, mas isso parece estar mudando.
Em fevereiro, a Reuters publicou que a Amazon estava procurando alugar um galpão de 50 mil metros quadrados nos arredores de São Paulo, em um sinal de que o varejista pode trazer armazenamento e distribuição internamente.
Em março, a Reuters informou que a empresa se reuniu com uma série de fabricantes em São Paulo para discutir planos de estocar e vender produtos diretamente.
Ambos os empreendimentos derrubaram as ações dos concorrentes brasileiros de e-commerce, como Magazine Luiza e B2W. O MercadoLivre também é rival da Amazon no México e no Brasil.
Com uma parceria com a Azul, a Amazon obteria acesso imediato a uma rede de mais de 100 aeroportos no Brasil, o que indica que as ambições vão além da região metropolitana de São Paulo.
A Azul acumulou uma participação de 18% do mercado brasileiro de viagens aéreas no Brasil na última década, ao operar jatos regionais e aviões turboélice em cidades menores não atendidas por outras operadoras.
A unidade de carga da Azul, Azul Cargo Express, aproveita o a capacidade excedente em seus voos de passageiros para oferecer entregas rápidas tantos em metrópoles quanto em cidades distantes no País.
A empresa oferece serviço porta a porta em mais de 3.200 municípios, além de um serviço especializado de e-commerce, conhecido como Azul Cargo E-Commerce. O hub da Azul, em Viracopos, fica a cerca de 45 minutos de carro do armazém que a Amazon está de olho, na Grande São Paulo.
As fontes, que pediram anonimato, não especificaram como as conversas avançaram, nem disseram se a varejista também conversou com rivais da Azul.
Aéreas rivais com operações de carga no país incluem a Latam Airlines e a Gol. Nenhuma das duas respondeu imediatamente a pedidos de comentário.
Na semana passada, a Azul anunciou que alugou duas aeronaves de carga da Boeing “para apoiar o rápido crescimento de sua unidade de negócios de carga”.