Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A paralisação de três dias – quarta a sexta-feira – dos petroleiros poderá interromper a produção de combustíveis nas refinarias da Petrobras e causar um estrago nas ruas maior que o dos caminhoneiros. A estatal é responsável por 90% da produção do setor no País e as reservas nas refinarias são escassas diante do alto consumo.
Técnicos consultados pela Coluna informam que o cenário pode piorar se desligarem a produção: o “religamento” do sistema envolve procedimentos que duram dias, e não horas. A paralisação foi anunciada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), ligada à CUT.
Rio-SP
Dois aeroportos não sofrem de imediato eventual paralisação. Galeão (RJ) e Cumbica (SP) são abastecidos por dutos diretos de refinarias. E têm grandes tanques de reserva.
Efeito no campo
A Bahia Farm Show, maior evento do agronegócio do Nordeste, em Luís Eduardo, adiou a feira para 5 a 9 de junho, por causa da greve. E ainda corre risco.
Sem noção
Com milhares na fila para remarcar voos, e gente com galão nas costas nos postos, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) gravou vídeo a bordo de um jatinho da FAB, defendendo o Palácio do Planalto.
E agora, Paulão?
Quando o preço dos combustíveis subia diariamente, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), ria à toa, pois o ICMS é de 29% sobre os produtos. Hoje, com os postos “secos”, ele não dá uma palavra. Em tempo: o ICMS sobre o combustível é de 12% em São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Sem tabaco
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) realizará uma roda de conversa com funcionários para sensibilizá-los para os danos causados pelo cigarro e apresentar o Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Planejamento
O Rio de Janeiro poderia ter sofrido mais com a falta de combustíveis. Há 20 anos, a rede de GNV pulou de 19 postos na capital para 540 em todas as cidades. São mais de 1 milhão de veículos movidos a gás. O plano foi do engenheiro Wagner Victer, então secretário de Energia.
Consultoria
Hoje secretário da Educação, Victer foi o consultor do gabinete de crise do Palácio Guanabara no fim de semana. E na contramão de outros Estados, manteve as aulas na rede pública.
Dedo na tomada
Contrários à venda da Eletrobras, os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Danilo Cabral (PSB-PE) são autores, no total, de 102 emendas. Já o vice-líder do Governo na Casa, Leonardo Quintão (MDB-MG), quer derrubar o texto do relator José Aleluia, com voto em separado. Propõe que as ações das quatro principais subsidiárias da estatal (Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul) sejam vendidas sem privatizá-las.
Lei de Anistia
A revelação da CIA de que o ex-presidente Ernesto Geisel autorizou a execução de opositores do regime militar reforça a necessidade de revisão da Lei de Anistia. A afirmação é do ex-procurador-geral da República Cláudio Fontelles.
Sem prescrição
O jurista diz que a Constituição Federal de 1988 é clara: crimes como homicídio e tortura praticados por agentes do Estado não prescrevem: “O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou, mas não houve trânsito em julgado. É hora de o STF se pronunciar”.
Profeta…
O ex-presidente do STF Carlos Ayres Britto prevê que o Brasil terá uma “vistosa novidade” nas eleições de outubro: “Merecemos isso, pois estamos muito mais exigentes, muito mais vigilantes, muito mais responsáveis e conscientes das coisas”.
… Otimista
À Coluna, Ayres Brito usa a metáfora “profundidade do poço” sobre desvios de conduta dos agentes públicos. “O Brasil tem identidade coletiva. Se de dia pessoas puxam o Brasil pela gola da camisa ou pela aba do paletó para dar um passo para trás, de noite o País dá, por conta própria, dois passos para frente”, resume, otimista.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.