Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2018
Em um novo balanço sobre a greve dos caminhoneiros, o Ministério da Defesa e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) anunciaram no final da tarde desta segunda-feira (28), que não existem mais bloqueios totais ou parciais nas rodovias do país. De acordo com o levantamento da PRF, ainda há 494 pontos de aglomeração de motoristas, mas todos estão parados nos acostamentos ou nos pátios de postos de gasolina.
Policiais da inteligência da PRF estão infiltrados no movimento para tentar identificar e prender líderes que insistem para que os caminhoneiros permaneçam parados, afirmou o diretor-geral da instituição Renato Antonio Borges.
Segundo Borges, agentes da PRF perceberam que em alguns pontos de aglomeração os caminhoneiros estão sendo coagidos por falsas lideranças a manter a greve. “Se flagrarmos um desses falsos líderes, faremos a prisão em flagrante da pessoa”, garantiu. O diretor disse, ainda, que, caso haja resistência de um desses “falsos líderes”, os militares, que acompanham as operações de liberação de vias, “garantirão a lei e a ordem”. “Estamos prontos e preparados para garantir a segurança de todo motorista que desejar seguir viagem”.
O principal gargalo a ser vencido após oito dias de greve continua sendo o desabastecimento de combustíveis, aponta o governo. Durante a apresentação, o chefe do estado maior conjunto das Forças Armadas, Ademir Sobrinho, afirmou que foi criado um corredor logístico entre Belo Horizonte (MG) e Brasília (DF) para que seja possível transportar caminhões-tanque ao aeroporto Juscelino Kubitschek, localizado na capital federal.
Sobrinho disse também que, a partir desta terça-feira (29), serão abertos outros corredores para normalizar o fluxo contínuo de insumos básicos em todo o País, como rações para animais nas granjas instaladas nas regiões Centro-Oeste e Sul, produtos químicos para realizar o tratamento de água e produtos para a realização de sessões de hemodiálise e outros serviços hospitalares.
“Junto com as forças públicas de segurança estaduais, e a PRF, estamos conseguindo prover óleo diesel para capitais. A logística é dispersa: às vezes temos caminhão, mas sem combustíveis”, afirmou Sobrinho.
Forçados
O presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes, afirmou no fim da tarde desta segunda que motoristas autônomos que querem voltar a trabalhar estão sendo ameaçados de “forma violenta por forças ocultas” que impedem o fim da greve.
Fonseca disse que descobriu a intervenção dos piqueteiros quando as paralisações nas estradas começaram a ser desmobilizadas. Ele disse que a Abcam está levantando os nomes das pessoas que estão ameaçando os caminhoneiros, e levará uma lista para o governo tomar providências.
“São pessoas que querem derrubar o governo”, afirmou Fonseca, sem citar nomes ou grupos políticos aos quais essas pessoas estariam ligadas. “Estão usando o caminhoneiro como bode expiatório, não vamos aceitar isso”, afirmou durante coletiva de imprensa em Brasília.