Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 31 de maio de 2018
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) anunciou nesta quinta-feira (31) que decidiu orientar os sindicatos da categoria a suspenderem a greve de 72 horas iniciada na quarta-feira (30). O recuo aconteceu após o TST (Tribunal Superior do Trabalho) ter aumentado de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa diária aplicada às entidades sindicais ligadas aos petroleiros que aderirem à paralisação.
“A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria”, afirma um comunicado divulgado pela FUP.
Ao revisar o valor da multa, a ministra do TST Maria de Assis Calsing atendeu parcialmente a um pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), que queria que a penalidade aumentasse para R$ 5 milhões. Na terça-efira, o TST considerou ilegal a greve dos petroleiros por entender que a paralisação tem “caráter abusivo”.
Apesar da decisão da Justiça do Trabalho, a categoria decidiu paralisar as atividades por 72 horas, mas garantiu que não havia risco de desabastecimento de combustíveis no País. Além da saída do presidente da Petrobras, Pedro Parente, os petroleiros protestam contra os altos preços dos combustíveis e do gás de cozinha.
“Os petroleiros novamente deixam sua marca na defesa da soberania. A luta contra a privatização da Petrobras ganhou a sociedade. A categoria colocou em debate os interesses que pautam a política de preços dos combustíveis, deixando claro o projeto da gestão Pedro Parente de sacrificar o povo brasileiro e a soberania do País para cumprir os ditames do mercado financeiro e das grandes corporações internacionais. Antes do protesto legítimo dos caminhoneiros contra os preços abusivos do diesel, a FUP e seus sindicatos já haviam aprovado uma greve nacional para deter a escalada descontrolada de aumentos do gás de cozinha e dos derivados, cobrando a retomada da produção a plena carga das refinarias e o fim das importações de derivados”, afirma a FUP no comunicado desta quinta.
“A pauta pela mudança da política de preços da Petrobras é de todos os brasileiros, pois diz respeito à luta histórica contra a exploração do País, que desde os tempos de colônia vem tendo seus bens minerais espoliados pelas nações imperialistas. É assim que ocorre ainda hoje com o nosso petróleo. E por isso, a população está pagando preços absurdos pelo gás de cozinha e pelos combustíveis. Os petroleiros saem da greve de cabeça erguida, pois cumpriram um capítulo importante dessa luta, ao desmascarar os interesses privados e internacionais que pautam a gestão da Petrobras”, conclui a entidade.