Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 31 de maio de 2018
A ex-corregedora nacional do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Eliana Calmon recusou convite para ser candidata a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, como informou a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. Conhecida pelo temperamento forte e por ter dado andamento a investigações sobre juízes no CNJ, Calmon avalia que Bolsonaro é um candidato muito radical.
“Ele é um homem que tem uma repercussão espetacular. Estamos numa situação tão difícil que é até complicado avaliar. Pessoalmente, acho o Bolsonaro uma pessoa muito radical. Tenho uma certa preocupação com esse radicalismo hoje no País, por ele ser um líder carismático, que aparece como um salvador da pátria. Mas eu disse que não estava interessada mesmo porque tenho meu escritório de advocacia”, disse Eliana.
Filiada à Rede, a ex-desembargadora disse que já havia desistido de qualquer candidatura desde o início do ano. Marina Silva, pré-candidata da legenda, até tentou convencê-la a sair ao cargo de deputada federal na Bahia, mas não conseguiu.
“Não dá para fazer as duas coisas. Ou entro para a política ou continua com o meu escritório de advocacia. Decidi continuar com o meu escritório”, afirmou a ex-corregedora.
Eliana Calmon diz que foi procurada há um mês e meio por uma pessoa próxima a Bolsonaro.
“Foi um convite de uma forma muito informal. Uma pessoa me disse que estava procurando uma pessoa como eu. A ideia era ser vice. De antemão eu já disse que não iria voltar à política. Mas não porque o convite era do Bolsonaro, e sim porque quero continuar com o meu trabalho”, declarou Eliana.
Em 2014, Eliana Calmon foi derrotada ao se candidatar ao Senado na Bahia. Teve 8,4% dos votos e ficou atrás de Otto Alencar, com 54% dos votos, e Geddel Vieira Lima, que conseguiu 34% dos votos.
Caminhoneiros
No último dia 29, Bolsonaro voltou a criticar o governo em meio à greve dos caminhoneiros, que começou no dia 21 de maio. Pelo Twitter, Bolsonaro também parabenizou os profissionais da categoria pela “luta justa contra mazelas que atingem a população causadas pela corrupção enraizada em nosso País”.
Dois dias antes, também pelo seu perfil no Twitter, Bolsonaro havia afirmado que um futuro presidente honesto e patriota deve revogar qualquer multa, prisão ou confisco a caminhoneiros que sejam determinados pelo presidente Michel Temer ou pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.