Sábado, 04 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2018
A Seleção Brasileira tem uma dura missão no Mundial deste ano: corresponder às expectativas de Pelé e voltar da Rússia com o título. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (4) pelo site britânico da revista GQ, o Rei do Futebol colocou o time comandado por Tite como “um dos favoritos”.
Os palpites de Pelé às vésperas da competição, no entanto, costumam dividir o mundo do futebol. O ex-camisa 10 da Seleção Brasileira afirmou, por exemplo, que a Colômbia tinha grandes chances de conquistar a Copa de 1994 e que uma seleção africana poderia faturar o Mundial de 1998. Como as expectativas passaram longe da realidade, deram a ele fama de “pé-frio”.
“O Brasil sempre é um dos favoritos, mas acho que a Argentina também irá bem. A Copa do Mundo sempre é uma caixinha de surpresas. E as pessoas se esquecem que o Brasil venceu cinco Copas do Mundo e que todas foram fora do Brasil. Nas duas Copas do Mundo que aconteceram no Brasil, nós perdemos”, analisou Pelé na entrevista.
Para o ex-jogador, o Brasil é uma seleção cheia de craques para o Mundial. No entanto, ele apontou uma dificuldade para o técnico Tite: conseguir escalar os melhores de uma vez e fazê-los funcionar como um time.
“Como sempre, temos bons jogadores, mas não temos um bom time. O que você vê é que os melhores clubes do mundo têm um brasileiro no time: Neymar no PSG, Marcelo no Real Madrid, Coutinho no Barcelona, Firmino no Liverpool… Mas para o técnico do Brasil, Tite, colocá-los para jogar juntos como um time forte seria muito difícil”, disse também.
Pelé ainda foi questionado pela revista a respeito de uma possível perda de importância do Mundial para o público nos últimos tempos. Para ele, o torneio ainda tem peso, mas enfrenta a concorrência maior de outros esportes nos meios de comunicação.
“Acho que mudou um pouco do tempo em que eu jogava, mas a grande mudança foi nas comunicações. Quando eu jogava a Copa do Mundo, o único jeito de acompanhar futebol era pelo rádio ou pela TV, e nem todo mundo tinha TV. Agora, as pessoas podem assistir qualquer esporte a qualquer momento: críquete, boxe, MMA, tudo”, disse, indo além.
“O futebol ainda é o maior esporte, mas você pode assistir qualquer jogo, em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento. A Copa do Mundo não é mais um evento tão especial como era antes, o que é triste. Nos meus tempos, a Copa do Mundo unia as pessoas”, acrescentou.
Troca
Pelé jogou toda sua carreira no Santos, entre 1956 e 1974, antes de se aventurar no New York Cosmos entre 1975 e 1977. O Rei teve a chance de jogar em grandes clubes da Europa, afirma, mas preferiu continuar no Santos.
“Fui procurado e pensei sobre isso, mas minha vida era tão legal no Santos que eu não queria me mudar. Muitos jogadores da época foram para a Europa, para o México… Tive a chance de jogar no Milan, no Real Madrid e no Manchester United, acho. Mas o Santos era o melhor time do mundo na época”, explicou, justificando a posterior ida para os EUA.
“A única razão para eu ter ido para o New York Cosmo foi a chance de promover o futebol nos Estados Unidos, e eu fui convencido por Henry Kissinger (então secretário de Estado dos EUA). Ele foi ao Brasil e falou com o presidente do Santos, porque eu estava aposentado. Mas eles conversaram comigo e me convenceram a ir”, disse