Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2018
O entusiasmo de um grupo do MDB em lançar o ex-ministro Nelson Jobim ao Planalto no lugar de Henrique Meirelles esbarra em um problema legal: Jobim não está filiado ao partido e o prazo para o registro foi até o dia 2 de abril. O presidente do MDB no Rio Grande do Sul, deputado Alceu Moreira, disse que houve um “erro na remessa da ficha” ao cartório da cidade gaúcha de Santa Maria, que impediu a formalização do ato. Na semana passada, Jobim recorreu ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para garantir a filiação. Sem legenda, ele fica impossibilitado de disputar.
Alceu Moreira disse confiar que o TRE vai aceitar o ingresso do ex-ministro por haver precedentes de outros casos parecidos que foram confirmados.
Os defensores de Jobim avaliam não haver “prejuízo do tempo” em lançá-lo a quatro meses das eleições. Acham que, pelos cargos que ocupou, será tão bem recebido pelo eleitor quanto foi Joaquim Barbosa, que chegou a 10% nas pesquisas antes de desistir.
Jobim foi presidente do Supremo e ministro de Lula, Dilma e Fernando Henrique Cardoso. O deputado Osmar Terra (MDB-RS) vai procurá-lo na semana que vem para tentar convencê-lo a disputar a vaga com Henrique Meirelles.
Quem conhece Jobim, porém, afirma que o ex-ministro só entraria na disputa se Henrique Meirelles desistisse.
Continuidade
Questionado sobre a indicação do ex-ministro Henrique Meirelles para estar à frente do MDB nas eleições deste ano, o presidente da República, Michel Temer, afirmou que “Meirelles representa a continuidade”.
De acordo com ele, o ex-ministro foi muito bem recebido no MDB e tem “maioria” lá dentro. Ele afirmou, entretanto, que o partido nunca tem posição unânime. “O MDB sempre foi assim. Nem dr. Ulysses [Guimarães] conseguiu. Ele reconstruiu o Brasil e teve 4,6% dos votos; foi abandonado pelo MDB”, avaliou. Michel Temer disse ainda esperar ser reconhecido futuramente. “Já me disseram que o reconhecimento virá depois, será mais histórico do que momentâneo”, afirmou.
Por fim, o presidente disse que recebeu convite para ir ao Mundial, mas não sabe se vai porque “o Brasil está agitado e exige a presença do governante”. Segundo Temer, a competição “recupera o patriotismo”, ao colocar em evidência a nossa bandeira e seu lema Ordem e Progresso. Ele disse esperar que os brasileiros possam festejar um bom resultado para o Brasil na Rússia.