Domingo, 15 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de julho de 2018
Os 12 meninos e seu treinador de futebol presos em uma caverna na Tailândia estão em “bom estado de saúde”, informou a Marinha tailandesa, que nesta quarta-feira (4) publicou um novo vídeo do grupo. Eles já começaram a receber treinamento de mergulho, que será necessário para passar por trechos inundados.
Após 9 dias de buscas, os meninos – com entre 11 e 16 anos – e treinador, de 25 anos, foram encontrados na noite de segunda-feira (2), por dois mergulhadores britânicos. Eles se abrigaram na caverna Tham Luang, no dia 23 de junho, e foram surpreendidos pela inundação provocada pelas fortes chuvas.
A Marinha afirma que, depois de comerem, todos foram examinados por um médico militar. Alguns receberam tratamento para erupções cutâneas e arranhões.
As autoridades não precisam quando eles serão retirados e como pretendem fazer isso já que um longo trecho de caverna, que fica no distrito de Mae Sai, perto da fronteira com Mianmar, permanece inundado.
No vídeo, gravado na terça-feira, 11 meninos fazem uma saudação, dizem seu nome e revelam dizem “estar bem de saúde”. A Marinha não explicou porque o 12º menino e o treinador não gravaram suas mensagens. No primeiro contato que tiveram os mergulhadores, os meninos perguntaram quando sairiam de lá e disseram que estavam com fome.
Familiares permanecem perto da entrada da caverna aguardando novidades sobre o resgate.
“Estou muito feliz. Ele está magro”, afirmou Bew, que é mãe de um dos meninos, ao ver o vídeo exibido pelos socorristas em uma tela sob uma barraca.
Retirada difícil
O governador da província de Chiang Rai, Narongsak Osottanakorn, que coordena a célula de resgate, afirmou que uma retirada nesta quarta-feira seria “difícil” pois o nível da água dentro da caverna é elevado, apesar do grande sistema de bombeamento instalado.
“Devemos ter 100% de certeza no momento de decidir a operação”, que poderia acontecer em vários grupos de crianças, completou.
Os socorristas já advertiram que não se precipitarão para retirar o grupo, pois eles deverão percorrer quilômetros sob a água.
O primeiro passo foi restabelecer a força, uma vez que os meninos ficaram dias sem comer. De acordo com a CNN, após receberem suplementos alimentares e vitaminas, eles comeram carne de porco grelhada, arroz doce e leite.
Caso as equipes de resgate não localizem uma cavidade no teto da caverna, o grupo terá que percorrer pelo menos 2 km por espaços estreitos, incluindo vários trechos inundados.
De acordo com a France Presse e a CNN, o grupo já começou a ser treinado para mergulhar. Eles chegaram a colocar as máscaras de oxigênio, que vão precisam usar para sobreviver ao resgate, mas ainda não entraram na água.
Os socorristas salientaram que não pretendem se precipitar com a evacuação, que será complicada. Algumas das crianças não sabem nadar.
Um mergulhador veterano leva seis horas para percorrer essa distância, indicaram as equipes de resgate.
“Fazer mergulho em cavernas é muito técnico e perigoso, especialmente para mergulhadores iniciantes. Por isso, pode ser melhor ajudá-los na caverna até que possam ser removidos por outros meios”, avaliou Anmar Mirza, coordenador da Comissão Nacional americana de Resgate Subterrâneo.
As equipes de resgate detectaram vários poços na vertical da caverna. E nos últimos dias, a floresta foi desmatada perto de um deles para permitir o pouso de helicópteros visando uma possível evacuação por via aérea.
Mas, por enquanto, não foi provado que um desses poços esteja ligado ao trecho da caverna onde estão os meninos.
A opção principal continua sendo a entrada da caverna, onde técnicos, especialmente japoneses, trabalham para drenar a água. Quanto mais baixo o nível de água, menos as crianças terão que percorrer com equipamento de mergulho.
No entanto, quanto mais o tempo passa, maior o risco de novas inundações nesta temporada de monções no Sudeste Asiático.