Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2018
Centenas de pessoas se reuniram na região central de Londres nesta sexta-feira (13) para ver o lançamento de um boneco inflável gigante que retrata o presidente americano Donald Trump como um bebê cor de laranja. O ato, realizado ao lado do Parlamento britânico, é um protesto contra a visita do americano ao país.
Após uma contagem regressiva, o balão com 6 metros de altura foi içado e ficou a uma altura de 10 metros por uma equipe de 16 pessoas identificadas como “babás”. Responsável por organizar o protesto, Daniel Jones, de 26 anos, disse que seu objetivo era fazer as pessoas darem risada. “Também serve como um incentivo para aqueles na América que resistem a suas políticas” disse ele.
Trump disse que evitaria a capital devido ao ato. Na quinta (12), ele criticou o protesto e disse que não se sentia bem recebido na cidade — o lançamento foi autorizado pelo prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan. Em entrevista a rádio da BBC, Khan defendeu sua decisão. “A ideia de restringir a liberdade de expressão, ou liberdade de reunião e o direito ao protesto porque alguém pode ficar ofendido é um caminho perigoso”, disse. Ele lembrou que o Reino Unido tem “uma rica história” de direito ao protesto e como prefeito “não deveria ser o árbitro do que é de bom ou mau gosto”. “E nós também temos uma rica história de ter senso de humor neste país”, completou.
“Este é o carnaval da resistência” e “Não ao Trump, não à Ku Kux Klan, não aos EUA fascista!”, eram alguns dos cartazes carregados pelos manifestantes que avançavam pela Oxford Street com destino a Trafalgar Square.
Convite
Em novembro de 2017, Sadiq Khan, que é muçulmano e de origem paquistanesa, chegou a pedir à premiê Theresa May que suspendesse qualquer convite para Donald Trump visitar o Reino Unido depois que o presidente americano ter retuitado vídeos anti-islâmicos de um grupo britânico de extrema direita.
Em uma entrevista ao jornal “The Sun” divulgada nesta sexta, Trump criticou os planos de Theresa May para o Brexit, dizendo que “provavelmente pode matar” um acordo de livre-comércio entre o Reino Unido e os Estados Unidos, e acusou o prefeito Sadiq Khan de ter feito um trabalho “terrível” contra o terrorismo, em uma referência, sem a menção direta, aos atentados de 2017.
Acompanhado da primeira-dama, Melania Trump, o presidente chegou na quinta-feira (12) a Londres. À noite, eles jantaram com Theresa May e um grupo de empresários na mansão campestre de Blenheim, onde nasceu o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill, uma figura muita admirada pelo presidente dos EUA.
Chá
Trump encontrou-se, nesta sexta, com a rainha Elizabeth II, no castelo de Windsor para tomar um chá. Ele e a primeira-dama, Melania, foram recebidos na entrada do palácio às 17h, no horário local (13h em Brasília).
A monarca sorriu ao cumprimentar o chefe de Estado americano, que faz a sua primeira visita oficial ao Reino Unido. O marido da rainha, Philip, duque de Edimburgo, que se aposentou de suas funções públicas, não estava presente.