Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2018
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, 72 anos, se referiu à ex-assessora da Casa Branca, Omarosa Manigault Newman, como uma “cachorra”, na terça-feira (14), em suas redes sociais. “Quando você dá uma chance a uma louca e chorosa e dá a ela um emprego na Casa Branca, acredito que simplesmente não dá certo. Bom trabalho do general Kelly por demitir rapidamente aquela cachorra!”, escreveu Donald Trump em sua conta do Twitter.
A afirmação acontece dias depois de Omarosa tornar pública uma gravação em que o presidente americano diz não ter sido consultado sobre a demissão da funcionária no ano passado. Ela também afirmou em entrevista à NBC que tem mais gravações que podem ser divulgadas.
Demitida em dezembro do ano passado, Omarosa foi a única afro-americana que trabalhou entre os cargos mais altos de funcionários da Casa Branca. Ela se destacou como uma das principais apoiadoras de campanha presidencial de Trump.
Recentemente, Omarosa disse ter mudado de opinião sobre Trump e afirmou ainda que a nora do presidente Donald Trump lhe ofereceu um contrato de US$ 15 mil mensais (cerca de R$ 58 mil) para ficar em silêncio após a sua demissão, ao que a ex-assessora teria recusado.
Omarosa ficou famosa após participar da primeira temporada do reality show “O Aprendiz” (2004), no qual Trump costumava usar o termo nigger (forma pejorativa de se referir a negros), segundo revelou a ex-assessora.
Na segunda-feira (13), Trump também chamou Omarosa de “maluca” e afirmou que a Casa Branca a detestava. Ele ainda comentou que a assessora só dizia coisas excelentes dele, até ser demitida.
Trump já usou a palavra “cão” para insultar pessoas como Mitt Romney e o ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon.
Gravações
As gravações de Newman, de 44 anos, outrora forte aliada de Trump, representam uma violação da confiança presidencial. Na terça-feira, ela explicou ao canal CBS News por que resolveu fazer as gravações:
“No mundo Trump, todo mundo mente. Todos dizem alguma coisa em um dia e mudam no outro. Eu queria ter esse tipo de registro para o caso de eu me encontrar nessa posição em que estão questionando minha credibilidade”, afirmou ela.
Na fita, uma voz que, segundo ela, é a de John Kelly, alega que “importantes questões de integridade” o levaram a demiti-la. Entre elas, o suposto uso indevido de um carro oficial, que Omarosa negou. Segundo Kelly, ela poderia enfrentar “problemas legais” por sua atitude.
“Gostaria que essa fosse uma despedida amigável”, diz Kelly. “Há problemas legais significativos que, esperamos, não evoluam para algo que será muito ruim para você.”
“Eles me levaram à Situation Room (Sala de Situação), as portas foram trancadas, disseram que eu não podia sair e começaram a me ameaçar, atemorizar e coagir”, afirmou Omarosa numa entrevista ao canal NBC, durante a qual apresentou a gravação.
Simultaneamente ao escândalo, um livro escrito por Omarosa, “Unhinged” (“Transtornado”, em tradução livre), chegou às livrarias nesta terça-feira. A Casa Branca reagiu com irritação à atitude de Omarosa Manigault Newman.
“A simples ideia de que um membro da equipe tenha posto um dispositivo de gravação na Sala de Situação mostra flagrante desprezo pela nossa segurança nacional”, afirmou a porta-voz Sarah Huckabee Sanders num comunicado. “E se gabar disso em rede nacional de TV comprova ainda mais a falta de caráter e integridade dessa ex-funcionária insatisfeita”, completou.