Segunda-feira, 19 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Os dois deuses
Existem dois deuses.
O deus que nossos professores nos ensinaram, e o Deus que nos ensina.
O deus sobre o qual as pessoas costumam conversar, e o Deus que conversa conosco.
O deus que aprendemos a temer, e o Deus que nos fala de misericórdia.
O deus que está nas alturas, e o Deus que participa de nossa vida diária.
O deus que nos cobra, e o Deus que perdoa nossas dívidas.
O deus que nos ameaça com os castigos do inferno, e o Deus que nos mostra o melhor caminho.
Existem dois deuses.
Um deus que nos afasta por nossas culpas, e um Deus que nos chama com Seu amor.
Quem deseja ir para o céu?
Um padre – que via o diabo nos prazeres da vida – foi até o bar da cidade, e pediu a todos que comparecessem a igreja naquela tarde. Todos obedeceram. Com a igreja cheia, o padre bradou:
– Acabem com tanta bebida! Quem quer ir para o céu, levante a mão direita!
A igreja inteira levantou o braço – menos Manoel, que era considerado um homem digno, cumpridor de seus deveres.
Surpreso, o padre perguntou:
– E você, Manoel, não quer ir para o céu quando morrer?
– Claro que quero. Mas ainda não experimentei a vida que Deus me deu, e o senhor está querendo me levar agora!
Nenhuma fé
Jesus resolve assistir o grande jogo de futebol entre católicos e protestantes. Chegam torcidas de todas as partes de mundo, com suas Bíblias, cores e convicções.
O jogo começa. No final do primeiro tempo, um católico pega a bola na área e marca um gol. A torcida urra, Jesus levanta-se, e comemora.
No início do segundo tempo, os protestantes empatam a partida. A outra torcida comemora com gritos entusiasmados e agradecimentos aos céus. Jesus torna a levantar-se, e comemora, porque todos os seus filhos estão contentes.
– Quem é você, que comemorou os dois gols? – pergunta um torcedor.
– Estou vendo um belo espetáculo – responde Jesus. – E estou me divertindo muito!
– Já vi tudo – conclui o torcedor. – Você não deve respeitar nenhuma fé.
O combustível
– Mestre, o que é a fé?
O mestre pediu que o discípulo acendesse uma fogueira. Os dois sentaram-se frente a ela, e ficaram contemplando o fogo.
– Eis a fé – disse o mestre. – É a lenha da fogueira. O combustível que mantém acesa a chama de Deus em nosso coração.
– Mas a lenha precisa de uma centelha para transformar-se em luz.
– Existem várias centelhas; a mais comum chama-se Vontade. Basta querer ter fé, e ela aparece em nosso caminho.
– Mesmo quando passamos uma vida inteira sem acreditar em nada?
– Sempre acreditamos, mesmo sem reconhecer ou aceitar, e por isso é tão fácil despertar a centelha. E além do mais, quanto mais vivemos, mais próximos estamos de Deus: a lenha velha queima sempre com mais facilidade.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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