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Brasil O Rio de Janeiro elegeu a maior bancada policial de sua história

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Cerimônia de formatura da polícia militar, no Rio de Janeiro. (Foto: Clarice Castro/ GERJ)

Vitrine do País no que diz respeito às ações de segurança pública, o Rio nunca havia elegido para suas bancadas estadual e federal tantos representantes das forças policiais quanto nesta eleição. Só para Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), a bancada formada por agentes como policiais militares e civis, policiais federais e integrantes do Exército saltou de sete deputados para 12, dos quais nove são estreantes na casa.

Já na bancada federal, foram sete nomes eleitos com alguma relação com as forças de segurança, contra três nomes da legislatura atual: Marcelo Delaroli (PR), ex-PM, o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro (PSL) e Cabo Daciolo (Patriotas), do corpo de Bombeiros, os dois últimos que disputaram a Presidência do País, tendo o primeiro avançado para o segundo turno. O Rio tem tradição de lançar candidatos policiais, mas pela primeira vez há uma entrada em grande escala dos que concorreram.

Dois fatores foram decisivos no resultado: o esforço pessoal da família Bolsonaro em promover candidaturas policiais e uma articulação inédita entre PMs para que seus colegas obtivessem votação expressiva.

Um grupo formado por oficiais, suboficiais e praças da PM foi criado fora da institucionalidade da corporação para dar visibilidade aos candidatos. O grupo fez pesquisas de intenção de votos junto aos candidatos por meio de links de enquetes enviadas aos policiais pelo Whatsapp.

Foi uma dessas pesquisas, que mostrou mau desempenho do ex-jogador de futebol e então candidato ao governo do Estado Romário (Podemos), que fez a tropa migrar seu voto para o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), candidato ao governo que surpreendeu ao receber mais da metade dos votos do então primeiro colocado nas pesquisas Eduardo Paes (DEM) — os dois vão disputar o segundo turno.

O grupo vinha conversando com Romário, já que seu vice, Marcelo Delaroli, é egresso das fileiras da PM. A pouca energia demonstrada por Romário na campanha foi decisiva na hora de a tropa migrar seu apoio para Witzel, explicou um PM à reportagem.

“Finalmente começamos a nos unir. Nosso potencial é ainda maior. Podemos influenciar qualquer eleição, e ser o fiel da balança”, diz uma mensagem que circulou por grupos de whatsapp da corporação comemorando o resultado inédito nas urnas.

Segundo um tenente-coronel com mais de 30 anos na PM e que pediu que seu nome não fosse divulgado, os policiais perceberam pela primeira que têm força eleitoral, já que o contingente da PM, se somados os ativos, inativos, aposentados e pensionistas, chega e 250 mil homens.

“Se cada um de nós convencer um parente a votar num candidato nosso, já são 500 mil votos. Se convencermos além desse parente mais um amigo, já são um milhão de votos e por aí vai”, disse o tenente-coronel.

O principal articulador para a entrada de tantos policiais foi o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), eleito como o senador mais votado no Rio no domingo (7) e que já era tido entre a tropa como seu principal interlocutor na Alerj, ao lado da deputada Delegada Martha Rocha (PDT), reeleita para o cargo.

O PSL foi o partido que colocou a maior quantidade de policiais militares na assembleia do Estado e também na Câmara Federal. Oito dos 11 candidatos policiais militares eleitos são da legenda. “O fato de haver um candidato militar na disputa presidencial ajudou a dar visibilidade a nossas campanhas”, disse o tenente da PM Newton da Silva, eleito segundo suplente do PSL na Alerj.

Na bancada federal, entre os eleitos do PSL estão a Major Fabiana da PM, 38, que ficou conhecida como a “Major do Salto”, por ter sido fotografada em 2014 à paisana rendendo suspeitos na favela do Jacarezinho. Na ocasião, ela era subcomandante do Batalhão da Maré. Ela é primeira mulher PM na história a se eleger no Rio.

A ela irão se juntar, por exemplo, o Sargento Gurgel e Daniel Silveira, este último PM que participou de ato em que foi rasgada uma placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco. Também entraram um policial civil, Delegado Antônio Furtado, e o policial federal Felício Laterça, que já foi cotado no governo de Michel Temer para assumir a superintendência da Polícia Federal no Rio.

Apesar da força entre os policiais eleitos, o deputado federal mais votado no Rio foi o subtenente do Exército Hélio Fernando (PSL), com 345 mil votos. A segundo sargento paraquedista do Exército Alana Passos se elegeu deputada estadual. A bancada no Estado com ligação às forças de segurança cresceu em quantidade em razão também das recentes discussões sobre as más condições do trabalho policial no Rio, que tem uma das polícias que mais mata e que mais morre no mundo.

 

 

tags: polícia

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https://www.osul.com.br/o-rio-de-janeiro-elegeu-a-maior-bancada-policial-de-sua-historia/ O Rio de Janeiro elegeu a maior bancada policial de sua história 2018-10-09
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