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Colunistas Mais histórias dos padres do deserto

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Mais histórias dos padres do deserto. (Foto: Freepik)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Uma vez por ano publico aqui algumas histórias tiradas do Verba Seniorum, uma compilação de textos dos primeiros ascetas do Cristianismo, que viviam em torno do mosteiro de Sceta, em Alexandria (Egito), e que nos legaram ensinamentos importantes sobre a convivência com o próximo.

Fazendo a nossa parte

O rapaz cruzou o deserto, e chegou finalmente ao mosteiro de Sceta. Ali, pediu para assistir uma das palestras do abade – e recebeu permissão.

Naquela tarde, o abade discorreu sobre a necessidade de meditar usando a imagem do Sagrado Coração. Depois, falou da importância do silêncio. Finalmente, quando a palestra terminou, pediu ao rapaz recém-chegado que fosse ajudar na construção de uma estrada até uma aldeia que se encontrava próxima ao mosteiro.

– Mas como? – perguntou o rapaz. – Afinal de contas, o importante é rezar.

– Rezar é muito importante – disse o abade – Mas você pode rezar ainda melhor se conseguir, com suas mãos, descobrir uma maneira de comunicar-se com seu vizinho.

Respeitando o limite

Os monges de Sceta reuniram-se sob a orientação do abade Paulus:
– Começaremos hoje um jejum – disse Paulus. – E só terminaremos quando estivemos prontos para ter a visão de um anjo.

Durante vários dias, os monges só bebiam água e rezavam. Estavam tão animados com a proposta de Paulus, que não sofriam com a fome. Até que, no final da primeira semana, um velho monge começou a passar mal. Paulus percebeu que o homem ia morrer, e decidiu interromper imediatamente o jejum.

Neste momento, um anjo apareceu para o grupo, e disse:

– É importante que vocês entendam o sentido da disciplina e do sacrifício. Mas é melhor ainda que conheçam os limites da natureza. Não é preciso violar este limite para conseguirem o que desejam.

Fugindo do leão

Um grupo de monges – entre eles o grande abade Nicerius – passeava pelo deserto egípcio quando um leão surgiu diante deles.

Apavorados, todos se puseram a correr.

Anos depois, quando Nicerius estava em seu leito de morte, um dos monges resolveu perguntar:

– Abade, lembra-se do dia que encontramos o leão?

Nicerius fez um sinal afirmativo com a cabeça.

– Foi a única vez que o vi ter medo – continuou o monge.

– Mas eu não tive medo do leão.

– Então por que correu junto com a gente?

– Achei melhor fugir uma tarde de um animal, que passar o resto da vida fugindo da vaidade.

Agradando a Deus

Um noviço perguntou ao Abade Nicerius:

– Quais são as coisas que devo fazer para agradar a Deus?

– Abraão aceitava os estranhos, e Deus ficou contente. Elias não gostava de estranhos, e Deus ficou contente. David tinha orgulho do que fazia, e Deus ficou contente. O publicano diante do altar tinha vergonha do que fazia, e Deus ficou contente. João Batista foi para o deserto, e Deus ficou contente. Jonas foi para a grande cidade de Nínive, e Deus ficou contente.

“Portanto, não existe fórmula para isso. Pergunte a sua alma o que ela tem vontade de fazer: se você caminhar a estrada de seus sonhos, o mundo fica melhor”.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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