Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2018
O senador Magno Malta (PR), que não conquistou a reeleição no Espírito Santo, pode ser acomodado em um ministério de nome novo: o Ministério da Família.
Seria uma pasta só sob o selo social, que abarcaria Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Mas como um dos aliados de primeira hora do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o senador pode ser o escolhido para o ministério.
Nos bastidores, fala-se não só no nome do senador, que é também pastor evangélico e cantor gospel, mas também no rebatismo da área para Ministério da Família.
O próprio Magno Malta teria usado o termo, segundo duas pessoas com quem ele esteve e que pediram para não ser identificadas. Sua assessoria nega.
O pastor Silas Malafaia recebeu Bolsonaro para um culto na terça (30), em sua Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e retribuiu a visita, indo à sua casa no dia seguinte. Contou ao jornal Folha de S. Paulo que não ouviu do capitão reformado a intenção de criar uma pasta com família no nome, mas escutou, sim, que Malta é uma peça garantida em seu governo.
“A única coisa que ele falou”, diz o líder religioso, é que o senador é “um cara vital e guerreiro e que está sem mandato” a partir de 2019. Logo, teria espaço cativo em seu ministério.
Bolsonaro chegou a dizer, durante a Marcha para Jesus, em junho, que enviou uma “cartinha de amor” para convencer Malta a ser seu vice, o que ele não topou.
“Não vai ser ministro porque é meu amigo, não”, reproduz Malafaia o que diz ter ouvido de Bolsonaro. Malta iria para a área social pois teria atuação forte no campo. Entre suas maiores bandeiras estão o combate à pedofilia e à legalização de drogas e aborto.
Já disse em 2015, enquanto presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Família Brasileira, que a “agenda progressista” resvala na vulgarização das músicas no carnaval, que por sua vez empurrariam crianças a sexo e drogas.
“Em tempos de relativismo moral exacerbado, constará como pauta na agenda ‘progressista’ a relativização da pedofilia também, como ocorreu recentemente no movimento pró-legalização da maconha. Não digam que enlouqueci ou sou paranoico”, afirmou à época.
A proposta de fundar o Ministério da Família foi ventilada primeiro por José Maria Eymael (PSDC), então em campanha pela Presidência. Ele terminou com 0,04% dos votos.
Elefante na sala
O general Hamilton Mourão, eleito vice-presidente, defendeu recentemente a escolha de uma mulher para comandar a área social do governo. Segundo ele, o futuro governo estudaria unir Desenvolvimento Social com Direitos Humanos.
Ele diz desconhecer a possibilidade de indicação do senador Magno Malta (PR-ES) para comandar a pasta, como vem sendo ventilado nos bastidores. Ele diz que Malta tornou-se um “elefante na sala” depois de ter rejeitado ser vice de Bolsonaro.
Na contramão do que aconteceu com a maioria dos parlamentares que foram às urnas declarando apoio ao capitão reformado, Malta não conseguiu se reeleger.
“Olha, eu não vi nada para o Magno Malta. Eu acho que ainda estão discutindo”, afirmou.