Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2018
O uso de medicamentos sem orientação médica causa danos a qualquer paciente. E, se ele já estiver na terceira idade, as consequências são ainda piores.
Estudos apontam que 25% das internações de pacientes acima dos 80 anos ocorrem por reações adversas a medicamentos.
“A partir dos 60 anos, 30% tomam pelo menos um remédio por dia regularmente e esse número tende a aumentar com o passar dos anos. E as pessoas têm uma reserva funcional menor, estão mais vulneráveis, são mais frágeis, por isso ficam mais suscetíveis a intoxicação”, alerta Paulo Camiz, geriatra do Hospital das Clínicas e professor da USP (Universidade de de São Paulo).
Segundo dados do Ministério da Saúde e do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas), em 2016 ocorreram 1.879 casos de intoxicação por medicamento na terceira idade, 9,18% dos casos em todas as faixas etárias.
A automedicação e a alta dosagem podem acarretar em males irreversíveis, bem como a intoxicação por meio de medicação. A falta da obrigatoriedade da apresentação de receitas médicas fez com que o uso de medicamentos sem prescrição médica se tornaram um agravante, em especial entre o público idoso.
Os medicamentos mais consumidos sem receita são: antigripais, relaxantes, vitaminas e laxantes, que se combinados com outros medicamentos de uso contínuo pode trazer consequências negativas a saúde.
De acordo com o presidente Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, Ronaldo Abrão, a automedicação é extremamente perigosa principalmente em grupos de risco. “Usar medicação por indicação do vizinho, parente e até mesmo do balconista de farmácia é extremamente perigoso. Ainda mais para o idoso que já faz uso contínuo de alguma medicação e se misturar a outro elemento pode acarretar na intoxicação”, orienta.
Outro agravante para a terceira idade está relacionado a alta dosagem de medicamentos.
“Cotidianamente o idoso pode se esquecer de tomar a medicação ou ainda pior, esquecer que já tomou e assim fazer uma super dosagem do medicamento. É preciso guardar esses remédios em local apropriado, seguindo os horários e as quantidades estabelecidas pelo médico e sob a supervisão de um responsável. Para garantir que as doses sejam administradas corretamente e também averiguar a data de validade dos remédios”, alerta, Ronaldo Abrão.