Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2018
Nessa quinta-feira, o general da reserva Augusto Heleno, futuro ministro da Defesa, mencionou a descoberta de indícios de um plano, que qualificou como “terrorista”, contra o presidente eleito Jair Bolsonaro. O ex-militar fez o comentário em resposta a rumores que circulam em Brasília sobre o assunto nos últimos dias.
“A informação de que foi ‘plotado’ o planejamento de um ato terrorista contra Bolsonaro é verdade. Isso já foi confirmado por autoridades da área de inteligência”, declarou à imprensa. Ele não detalhou, entretanto, quem seriam os eventuais envolvidos e nem quais as providências tomadas em relação ao caso.
No início desta semana, a PF (Polícia Federal) ampliou de 35 para 55 o número de agentes para reforçar a segurança do presidente eleito. A corporação negou, porém, que a medida esteja relacionada a um aumento do risco de ataques contra Bolsonaro.
A explicação é que esse incremento já estava previsto desde a primeira fase da campanha eleitoral. Oficialmente, a PF argumenta que o sistema de proteção seria ampliado mesmo que o vencedor do segundo turno tivesse sido o candidato Fernando Haddad (PT).
As informações sobre a suposta investida contra Bolsonaro foram discutidas em reuniões na Polícia Federal e na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Um desses encontros aconteceu nessa quinta-feira. Os analistas entenderam que os dados disponíveis não indicam ameaças concretas.
Na mesma entrevista, o general da reserva aproveitou para elogiar a escolha do juiz federal Sérgio Moro para comandar o Ministério da Justiça: “Eu torço muito para que ele aceite. Será uma honra estar sentado na mesa com o doutor Sérgio Moro. Ele é um grande valor do País, um homem respeitado aqui e no exterior”.
Alerta anterior
No dia 25, uma postagem de Augusto Heleno no Twitter afirmou que o então candidato do PSL à Presidência da República não havia comparecido a debates antes da votação do segundo turno porque havia uma ameaça de ele ser alvo de um “atentado terrorista” que estaria sendo articulado por uma “organização criminosa”.
A mensagem, em vídeo, foi divulgada em uma conta intitulada “General Mourão”, em referência ao então candidato a vice-presidente da chapa, o também general da reserva Hamilton Mourão.
Conforme o oficial da reserva, Bolsonaro chegou a receber uma recomendação de que toda vez que fosse sair de casa fizesse um “vasculhamento no entorno” e jamais saísse com hora marcada: “Ele está realmente ameaçado, não é um mero tiro de snipper, é um atentado terrorista onde tem uma organização criminosa – que não vou citar o nome por motivos óbvios – envolvida, comprovada por mensagens, por escutas telefônicas, então isso é absolutamente verídico”.
Não é a primeira vez que tentam atribuir ataques e ameaças a Bolsonaro a organizações criminosas. Na semana passada, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, falou em “fortes indícios” de que o ataque a faca conta Bolsonaro (durante ato de campanha no interior de Minas Gerais no dia 6 de setembro) foi sido articulado por membros do crime organizado.