Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de novembro de 2018
A Ucrânia anunciou nesta sexta-feira (30) que vai barrar a entrada de homens russos em idade de combate, de 16 a 60 anos, em seu território, em mais um capítulo da tensão entre os países após a captura de barcos ucranianos pela Rússia.
Militares russos abriram fogo contra e capturaram no domingo (25) três embarcações da Ucrânia que tentavam entrar no mar de Azov pelo estreito de Kertch, perto da península da Crimeia, que a Rússia anexou da Ucrânia em 2014. Os 24 marinheiros dos barcos foram detidos.
Na segunda-feira, o parlamento ucraniano aprovou, a pedido do presidente Petro Poroshenko, a imposição de lei marcial no país por 30 dias nas regiões do país consideradas mais vulneráveis a ataques russos.
A hostilidade entre Rússia e Ucrânia vem aumentando desde a anexação da Crimeia; Moscou também vem apoiando rebeldes separatistas no leste do país vizinho, onde o conflito já matou ao menos 10 mil pessoas desde 2014.
Poroshenko disse que a proibição da entrada de homens russos é para “prevenir a formação de exércitos particulares pela Federação Russa”.
Segundo o serviço de fronteiras da Ucrânia, haverá exceções humanitárias à proibição. No entanto, autoridades disseram que pode haver anúncio de mais restrições a cidadãos russos que moram no país.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações exteriores russo, disse que o país não vai impor medidas similares para barrar ucranianos e afirmou que a medida da Ucrânia prejudica cidadãos comuns.
Nesta quinta-feira (29), o presidente americano Donald Trump cancelou reunião que teria com o presidente russo Vladimir Putin durante a reunião da cúpula do G20 em Buenos Aires devido ao incidente com as embarcações ucranianas.
A captura dos barcos vem levando a críticas ao governo russo e a pedidos de que sejam adotadas mais sanções contra o país. Nesta quinta, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que apoiaria “sanções apropriadas” e pediu que a Rússia libere os barcos e os marinheiros.
Os EUA e a União Europeia impõem sanções à Rússia desde 2014, após a anexação da Crimeia.
Reunião cancelada
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou em uma rede social que cancelou o encontro previsto com o presidente russo, Vladimir Putin, durante a cúpula do G20, em Buenos Aires.
Trump afirmou em seu perfil no Twitter que a reunião bilateral foi cancelada diante da recusa russa de devolver os três navios ucranianos apreendidos no domingo passado (25) e libertar seus tripulantes.
“Eu espero por um novo encontro significativo assim que esta situação se resolver”, escreveu o americano, que disse atender aos melhores interesses de todos os envolvidos.
Putin afirmou nesta quarta-feira (28) que as forças navais russas agiram corretamente e que o incidente foi provocado pelos ucranianos para aumentar a tensão na região e levar a mais sanções contra os russos. O líder russo afirmou ainda que vários barcos ucranianos passaram tranquilamente pelo estreito de Kertch em setembro.
A Ucrânia, que decretou lei marcial no país alegando ameaça de uma invasão russa, diz que estava em obediência às leis marítimas internacionais e que alertou a Marinha russa de que passaria pelo estreito.