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Notícias O número de venezuelanos no Brasil dobrará em 2019, diz a ONU

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Grupo de venezuelanos deixando Boa Vista, em Roraima, com destino a outras cidades brasileiras. (Foto: Arquivo/ Marcelo Camargo/ABr)

O número de venezuelanos no Brasil em 2019 dobrará, chegando a quase 200 mil, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (14). Os dados fazem parte de um plano da organização para socorrer os migrantes e refugiados venezuelanos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ONU apela a doadores internacionais para enviarem ao Brasil pelo menos US$ 56 milhões para atender ao fluxo de venezuelanos no próximo ano, além de reforçar saúde e escolas para cerca de 110 mil brasileiros na região de fronteira.

Essa é a primeira vez que a situação é classificada como uma crise humanitária e a ONU, no total, estima que uma resposta para a crise sul-americana custará US$ 736 milhões. Até o final de 2019, mais 2 milhões de venezuelanos deixarão o país, elevando o êxodo para 5,3 milhões de pessoas. A perspectiva é de que, à medida que o fluxo aumente, a população afetada estará cada vez mais vulnerável e em situação desesperadora.

“Esse é um movimento sem precedentes na região”, alertou Eduardo Stein, o representante especial da ONU para a crise na Venezuela. Segundo ele, o fluxo “é o maior deslocamento de pessoas na história da América Latina”.

Stein estima que os governos da região fizeram esforços importantes. “Mas muito mais precisa ser feito”, disse. Segundo ele, existem problemas no que se refere à regularização, a capacidade do sistema de asilo, acesso à saúde e à educação, além de abrigo.

O representante deixa claro que está “preocupado” com sinais de discriminação e xenofobia registrados contra os venezuelanos em outros países, “colocando uma sombra sobre a tradição de generosidade da região”.

Entre 2015 e 2018, o fluxo migratório de venezuelanos passou de 700 mil para 3 milhões. Essas, porém, são estimativas conservadoras e a entidade aponta que o volume total é maior. Entre os venezuelanos, 958 mil têm algum tipo de visto, enquanto outros 365 mil pediram asilo. “Com mais de 5 mil pessoas chegando a cada dia, a capacidade de resposta está no limite e há um risco de aumento de xenofobia se isso não for lidado”, alertou.

A ONU também alerta para um enorme número de venezuelanos que continua sem documentos e na irregularidade, uma tendência que deve aumentar. Em alguns países, isso significa que um número cada vez maior de pessoas estará sem acesso à saúde e vulnerável a abusos e violência.

“A experiência mostra que movimentos de grande escala de populações persistem e se deterioram na ausência de soluções políticas e falta de solidariedade internacional”, alertou. “Dada a magnitude do fluxo de venezuelanos, apenas uma resposta coordenada regional, com o apoio da comunidade internacional, permitirá que a região lide com a dimensão disso”, afirmou.

Para a ONU, o ritmo do êxodo vai continuar em 2019 e as atuais taxas de pessoas cruzando a fronteira por dia vão “persistir”. Dos 5,3 milhões de venezuelanos pelo mundo, 3,6 milhões precisarão de ajuda, incluindo 460 mil crianças. “Não há perspectiva de um retorno a curto ou médio prazo (para a Venezuela)”, alertou.

Com o dinheiro solicitado, a ONU espera ajudar a 2,2 milhões de venezuelanos. Cerca de outros 500 mil cidadãos de países vizinhos também serão beneficiados.

O país mais afetado será a Colômbia, com a expectativa de receber um total de 2,3 milhões de venezuelanos. Quase um milhão entrarão apenas em 2019. Por isso, 43% dos recursos da ONU vão para ajudar Bogotá a dar uma resposta. O Equador receberá 16%, e o Peru, 14%.

Cerca de outros 1,4 milhão de venezuelanos estarão “em trânsito” entre mais de um país até chegar ao seu destino. “Essas pessoas precisarão de proteção durante a viagem”, indicou a ONU. Com o dinheiro, portanto, a entidade espera fortalecer os serviços nos países da região.

Brasil

No caso do Brasil, a ONU indica que existem atualmente 88,9 mil venezuelanos no país. Desses, 65 mil solicitaram status de refugiado. A partir de novembro, uma média de 400 a 500 pessoas passaram a cruzar a fronteira em direção ao País, “muitas em condições desesperadoras e precisando de ajuda humanitária urgente”. “O Brasil continuará a receber um número substancial de refugiados e migrantes”, explicou a ONU.

“Projeta-se que haverá cerca de 190 mil refugiados e migrantes da Venezuela no Brasil ao final de 2019, incluindo 86 mil novos chegados ao longo do ano”, afirma a entidade em seu plano. A ONU estima que, desses, 180 mil precisarão de ajuda.

Além deles, 110 mil brasileiros em comunidades que receberão esses estrangeiros também terão de contar com um pacote de assistência. Com os US$ 56 milhões, a ONU espera ajudar o Brasil a atender a 95 mil refugiados e migrantes, além de 55 mil brasileiros da região de fronteira. O pacote vai incluir alimentos, material higiênico, água e itens de saúde. Novos abrigos prometem ser erguidos e programas criados para treinar funcionários públicos e acelerar processo de registro.

tags: Brasil

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