Segunda-feira, 09 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de fevereiro de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A vitória do senador Davi Alcolumbre (DEM do Amapá) na disputa pelo comando do Senado foi, sem dúvida, resultado de uma articulação minuciosa iniciada ainda em novembro pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República, Onyx Lorenzoni. Na linha de frente, no Senado, o senador gaúcho Lasier Martins teve um protagonismo histórico, ao bater de frente com o senador Renan Calheiros, que representa o grupo do senador José Sarney, que há décadas dava as cartas no Congresso e mantinha influência no Executivo e, dizem, até no Judiciário…
Da análise irônica ao aplauso
Na véspera da eleição ao Senado, Onyx chegou a ser ironizado por analistas políticos de diversas mídias, sinalizando que, com a vitória de Renan Calheiros, o favorito, perderia uma interlocução importante com o Senado e estaria jogado “ao sal”. O erro dos analistas, baseados em fontes mais preocupadas em enfraquecer Onyx, foi sem dúvida colossal: o fato é que, graças a essa articulação vitoriosa, o governo contabiliza aliados nas duas casas do Congresso: Rodrigo Maia (DEM) no comando da Câmara, e Alcolumbre no Senado. A vitória de Rodrigo Maia, do DEM, não foi obra direta de Onyx, mas ele, tão logo percebeu que os apoios à sua chapa eram sólidos, produziu alguns movimentos que asseguraram o resultado em favor do seu correligionário ainda no primeiro turno.
Onyx: Davi e Golias
Confirmada a vitória do aliado Alcolumbre para o comando do Senado, após embates em plenário onde Lasier Martins teve papel estratégico, e Onyx postou nas redes sociais um versículo bíblico com a história de Davi e Golias.
“‘Davi respondeu: — Você vem contra mim com espada, lança e dardo. Mas eu vou contra você em nome do Senhor Todo-Poderoso, que você desafiou.’ 1Samuel , BRASIL acima de tudo , DEUS acima de todos ! Viva o BRASIL”, escreveu.
“Tínhamos de saída, uns 30 votos”
Num relato ao blog “O Antagonista”, Onyx Lorenzoni lembra que levou ao presidente Jair Bolsonaro ainda em novembro, a estratégia de eleger Alcolumbre para a presidência do Senado: “Tínhamos de saída uns 30 votos. O simbolismo que Renan carrega é o da velha política e nós sabíamos que ele faria do Senado um bastião de resistência, em parceria com o PT, contra as mudanças que o País precisa.”
Onyx avaliou neste relato ao O Antagonista, que a derrota de Renan Calheiros marca o fim de um ciclo. “A perspectiva agora é muito melhor. Sabemos que vai ser difícil, mas teremos um Senado em sintonia com a sociedade. Quem está na vida pública tem a obrigação de ouvir as ruas.”
Rodrigo Maia e os governadores
Rodrigo Maia sinalizou logo após sua eleição para o comando da Câmara, que vai apoiar uma reforma tributária,e a reforma da Previdência. Mas que precisará ter ao seu lado os governadores.
O que desejam os governadores
Hoje, pelos 20 dos 27 governadores, e aí se inclui o Rio Grande do Sul, estão asfixiados financeiramente. Além de renegociação das suas dívidas, em especial com a União, eles querem que o governo lhes dê oportunidade de abrir uma válvula de empréstimo. O melhor dos cenários seria que o governo federal ofereça uma linha de crédito para os Estados.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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