Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de abril de 2019
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), encerrou uma entrevista que concedia a jornalistas, na manhã desta quinta-feira (25), ao ser questionado sobre a continuidade dos ataques de um dos seus filhos, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ao vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB).
O mandatário atendeu à imprensa no Palácio do Planalto depois de uma solenidade que marcou a revogação do horário de verão para este ano. Ele chegou a responder a perguntas sobre a reforma da Previdência e afirmou, por exemplo, que a Câmara dos Deputados é “soberana” para fazer alterações no texto enviado pelo governo.
“Mas a economia [gerada pela proposta inicial, na avaliação do Executivo] é importante. A gente espera que ela passe da forma mais próxima do que nós encaminhamos”, completou. A menção às farpas públicas que se sucederam no duelo entre Carlos e Mourão, no entanto, levou Bolsonaro a interromper a entrevista.
Na véspera, pelo segundo dia consecutivo, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, tentou dar por encerrada a crise aberta pelos tuítes de Carlos, que é vereador no Rio de Janeiro, mas tem sido um personagem influente no governo do pai.
Mourão havia dito que o assunto era “página virada” e que “quando um não quer, dois não brigam”. Horas depois, Rêgo Barros declarou que a declaração do vice estava “alinhada com o pensamento do nosso presidente, de olhar para frente acendendo o farol de milha e evitar usar o retrovisor”.
O porta-voz leu novamente a nota que havia sido divulgada no dia anterior. O texto diz que a crise ganhou um “ponto final”, que o presidente tem “apreço por Mourão”, mas sempre estará ao lado do seu filho.
Sem trégua apesar das declarações de apaziguamento transmitidas pelo governo e por Mourão, Carlos Bolsonaro seguiu com os posts críticos ao vice-presidente. Ele retuitou uma postagem que trazia um comentário de Caio Coppola para a rádio Jovem Pan. Segundo Coppola, “fontes no Palácio do Planalto disseram que poucas vezes detectaram tanta ambição presidencial em alguém como no vice-presidente Mourão”.
Depois, Carlos compartilhou um vídeo intitulado “General Mourão: o traidor?” e disse que o “vice contraria ministros e a agenda que elegeu Bolsonaro presidente”. Desde a tarde de segunda-feira (22), Carlos tem publicado em seu Twitter críticas ao vice-presidente, o que gerou mal-estar no governo e tentativas de pacificação por parte da cúpula bolsonarista.