Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2019
Prevista para setembro, a terceira viagem de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos desde que assumiu a Presidência da República deverá ter uma agenda tripla. Além da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente pretende ir às celebrações dos 60 anos do Banco Interamericano de Desenvolvimento e comemorar a esperada chegada de seu filho Eduardo ao comando da embaixada do Brasil em Washington.
A ideia será aproveitar uma viagem quase sempre protocolar para turbinar ganhos políticos, como a possível indicação de um brasileiro para a presidência do banco, e intensificar as relações com o governo de Donald Trump.
A viagem está sendo tratada com cautela, principalmente porque o nome de Eduardo precisa ainda ser aprovado pelo Senado. Oficialmente, sua mudança para a capital americana só será tratada após passar por esses ritos oficiais.
Segundo informações do jornal O Globo, muitos acreditam que o presidente poderia terminar a sua viagem aos EUA acompanhando os primeiros dias de Eduardo Bolsonaro na embaixada. Pessoas próximas ao presidente não descartam uma cerimônia para a “posse” de Eduardo. Não há, tradicionalmente, nenhuma celebração para o início de trabalho de um embaixador.
“Mas Trump e Bolsonaro quebram protocolos e, reservadamente, há uma ideia de criar algo para marcar, ao menos diante da comunidade brasileira, a chegada do filho do presidente à capital americana”, disse uma fonte diplomática que estima esse eventual ato entre os dias 27 e 28 de setembro.
Se na primeira viagem de Bolsonaro aos EUA, em março, Eduardo já obteve um protagonismo maior do que o do chanceler Ernesto Araújo – o deputado federal foi o único a acompanhar a conversa do pai com Trump no Salão Oval –, sua eventual chegada à embaixada é vista como uma forma de aproximar ainda mais os dois países, inclusive acelerando um possível acordo comercial.
Os dois países negociam a criação de um “mecanismo de Diálogo de Parceria Estratégica, a ser presidido pelo ministro das Relações Exteriores e pelo secretário de Estado”, segundo um relatório interno do Itamaraty obtido pelo jornal O Globo.
Em agosto, por exemplo, os EUA classificaram o Brasil como “aliado preferencial extra-Otan”. Porém, a proximidade ideológica de Eduardo com Trump poderá criar dificuldades nas negociações com o Congresso – a oposição tem maioria entre os deputados – e com entidades multilaterais que defendem pautas consideradas pelo Planalto mais à esquerda, como direitos humanos e meio ambiente.