Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2019
Um balanço divulgado pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito) aponta que o período de janeiro a junho deste ano teve 806 mortes no trânsito do Rio Grande do Sul. Apesar desse número ainda ser considerado alto pelo órgão, trata-se da menor quantidade desde 2007, quando passaram a ser contabilizadas as vítimas falecidas em até 30 dias após os acidentes.
Em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 7% nos registros fatais. Conforme o governo do Estado, a violência no trânsito vem diminuindo desde 2010, ano em que houve um pico da acidentalidade nas ruas e estradas gaúchas (1.147 mortes nos seis primeiros meses).
Análise dos acidentes no primeiro semestre define as colisões frontais ou traseiras como responsáveis por 34,5% das ocorrências com mortes, seguidas pelos atropelamentos (23%) e colisões laterais (12%). Os automóveis são os mais frequentes nas tragédias, representando 36% do total de veículos envolvidos nos acidentes fatais. Relativamente à frota, é um percentual baixo, considerando que são 61% dos veículos em circulação. As motocicletas e motonetas, ao contrário, representam 17% da frota e foram 22% dos veículos envolvidos em acidentes fatais.
Finais de semana concentraram a maioria das ocorrências (51% se somadas as sextas, sábados e domingos) e o turno da noite foi o mais perigoso, acumulando 36% dos acidentes fatais. Cinquenta e oito por cento das ocorrências com mortes ocorreu em rodovias.
A maioria das vítimas fatais no trânsito no período de janeiro a junho deste ano estava na condição de condutor de veículo (27%). Somando-se aos 16% que morreram na condição de passageiros, quase metade morreu dentro de carros. Os motociclistas também preocupam, representeando quase 25% do total de mortes, assim como os pedestres (21%).
Seguindo um padrão histórico, os homens são os mais vitimados, representando 79% do total de mortes. Trinta e sete por cento das vítimas tinha entre 21 e 39 anos. Depois dessa idade a participação em acidentes começa a cair, voltando a crescer na faixa dos 65 aos 74 anos.
Preocupação
O resultado positivo vem a público ao mesmo tempo em que o uso de radares móveis nas rodovias federais acaba é suspenso por determinação do presidente Jair Bolsonaro, ameaçando avanços na segurança do trânsito. Assim com o controle do consumo de álcool e do uso celular, bem como a obrigatoriedade do cinto-de-segurança, cadeirinhas e capacetes, a gestão da velocidade é uma das recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) para reduzir a mortalidade nesse tipo de incidente.
“Os radares são instrumentos importantes para o controle da velocidade nas estradas”, diz o diretor-geral do Detran-RS, Enio Bacci. “Retirar os radares das rodovias é dar carta branca para os maus condutores pisarem ainda mais fundo no acelerador, provocando tragédias que seriam evitáveis caso houvesse algum tipo de controle. Não há dúvidas de que os radares inibem o comportamento inadequado e que a rigidez na punição é, muitas vezes, a única forma de educar determinados motoristas.”
(Marcello Campos)