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Brasil Delegada da Polícia Federal em Curitiba grampeou colegas sem autorização

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Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três Estados. (Foto: Agência Brasil)

Um caso insólito foi revelado em reportagem da Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (29). Uma delegada da Polícia Federal autorizou, sem ter nenhuma decisão judicial, um grampo na Superintendência de Curitiba para averiguar a denúncia de que havia um grupo interno sabotando a operação Lava-Jato. As informações são do portal Consultor Jurídico.

Daniele Gossenheimer Rodrigues, então chefe do NIP (Núcleo de Inteligência Policial) do Paraná, permitiu que o agente Dalmey Fernando Werlang colocasse uma escuta em uma área onde os delegados da PF suspeitos da sabotagem se reuniam para fumar.

O caso vinha há anos sendo investigado internamente de forma sigilosa pela PF. A delegada admitiu ter dado autorização. Sobre ter ignorado a necessidade de decisão judicial, Daniele diz o plano era colocar o grampo e ver se seria possível utilizar.

A delegada não foi punida. O agente Dalmey foi, mas não por ter instalado o grampo, e sim por ter informado “de forma imprópria” a outros policiais federais sobre o grampo.

Daniele afirma que nunca ouviu nenhum áudio obtido com o equipamento. Isso porque Dalmey lhe disse na época que o áudio captado era ininteligível. O microfone foi instalado dentro de uma luz de emergência na escada.

Durante a sindicância, Dalmey admitiu que instalou um grampo, sem autorização judicial, na cela de Alberto Youssef.

Lava-Jato vazava informações a jornalistas para intimidar investigados

Os procuradores da operação Lava-Jato vazaram informações para a imprensa com o objetivo de pressionar os investigados. É o que revela a publicação de uma nova leva de mensagens trocadas entre eles e divulgadas pelo The Intercept Brasil, nesta quinta-feira (29).

A estratégia era debatida abertamente nos grupos de Telegram dos procuradores. No dia 21 de junho de 2015, Carlos Fernando Santos Lima, afirma: “meus vazamentos objetivam sempre fazer com que pensem que as investigações são inevitáveis e incentivar a colaboração”.

No mesmo dia, o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, avisa os colegas de que contou para um repórter que os Estados Unidos iriam começar a investigar Bernardo Freiburghaus, apontado como operador de propinas da Odebrecht.

A reportagem reproduz a mensagem que Deltan enviou ao jornalista. A notícia foi manchete de O Estado de S. Paulo no dia seguinte.

“O operador da Odebrecht era o Bernardo, que está na Suíça. Os EUA atuarão a nosso pedido, porque as transações passaram pelos EUA. Já até fizemos um pedido de cooperação pros EUA relacionado aos depósitos recebidos por PRC. Isso é novidade. Vc tem interesse de publicar isso hoje ou amanhã,SUPRIMIDO, mantendo meu nome em off? Pode falar fonte no MPF. Na coletiva, o Igor disse que há difusão vermelha para prendê-lo, e há mesmo. Pode ser preso em qualquer lugar do mundo. Agora com os EUA em ação, o que é novidade, vamos ver se conseguimos fazer como caso FIFA com o Bernardo, o que nos inspirou” — disse Deltan Dallagnol ao jornalista.

As mensagens mostram que Deltan mentiu em entrevistas. O procurador sempre disse que o MPF nunca havia vazado informações para a imprensa.

Em uma entrevista para a BBC Brasil em abril de 2017, Dallagnol disse que “agentes públicos não vazam informações —a brecha estaria no acesso inevitável a dados secretos por réus e seus defensores”. Ao ser questionado diretamente se a força-tarefa fazia vazamentos disse: “Nos casos em que apenas os agentes públicos tinham acesso aos dados, as informações não vazaram”.

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