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Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2019
O primeiro teste de Augusto Aras em relação à Operação Lava-Jato já tem data certa: no dia 8 de outubro, o novo procurador-geral da República participará do julgamento de Deltan Dallagnol no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
É o primeiro caso em que Dallagnol corre o risco de sofrer uma derrota: o placar do caso – um pedido de Renan Calheiros (MDB-AL) para que Dallagnol responda a processo disciplinar por fazer campanha contra ele na internet – já está em 7 a 2, de um total de 14 votos. Aras tinha conseguido até agora se equilibrar, fazendo ressalvas e elogios à Lava-Jato. No julgamento, terá que tomar um lado claro no tema.
Nomeação
Em um dos primeiros atos como procurador-geral da República, Augusto Aras nomeou o subprocurador aposentado Eitel Santiago de Brito Pereira para o cargo de secretário-geral do MPU (Ministério Público da União). Em 2018, o novo secretário concorreu nas eleições para deputado federal pela Paraíba e apoiou o então candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro.
A nomeação de Eitel Santiago, bem como de parte da nova equipe de comando na PGR, foi assinada por Aras e publicada na edição desta sexta-feira (27) do Diário Oficial da União. O MPU é composto pelo Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), o novo secretário-geral da Procuradoria ingressou no órgão, por meio de concurso, em 1984. Entre os postos ocupados por Santiago durante sua carreira estão a presidência do Conselho Institucional do MPF; a vice-presidência do Conselho Superior do MPF; e a Corregedoria-Geral do órgão. Em 2017, foi um dos oito candidatos à lista tríplice do MPF para suceder ao então procurador-geral da República Rodrigo Janot. Ele, porém, não foi eleito para integrar a lista.
Apoio a Bolsonaro
Em 2018, o então candidato publicou pelo menos duas mensagens de apoio a Jair Bolsonaro. No dia 11 de outubro, Santiago postou um vídeo com o slogan de campanha do presidente e com críticas ao PT (Partido dos Trabalhadores).
Em outra mensagem, no dia 27 de outubro, um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais, o subprocurador escreveu que considerava Bolsonaro aquele que melhor representava a “aspiração de mudança do povo brasileiro”.
“Depois de analisar as duas candidaturas que disputam o segundo turno da eleição presidencial, decidi votar em Jair Bolsonaro. Penso que Bolsonaro melhor representa a aspiração de mudança do povo brasileiro, especialmente porque não é apoiado pelos políticos ligados à corrupção”, disse na ocasião.