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Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2019
O senador Jorge Kajuru, do Cidadania de Goiás, pediu que o Senado convoque o presidente da CBF, Rogério Caboclo, à CPI da Chapecoense. Uma das cobranças do colegiado seria que a confederação esclarecesse o plano de segurança dos voos dos clubes. A CPI foi instalada nesta quarta-feira no Senado, e promete exigir o pagamento de indenizações para familiares das vítimas do acidente aéreo da Chapecoense, que completou três anos.
Kajuru tem uma razão a mais para se animar tanto com a ideia de obrigar Caboclo a depor. É que ele reuniu as assinaturas para criar a CPI do Esporte, mirando principalmente na CBF, mas Davi Alcolumbre negou o pedido. Em setembro, Kajuru recorreu ao STF para instalar a comissão, mas recebeu resposta negativa de Celso de Mello no mês seguinte.
Com prazo de 180 dias, a CPI deve apurar, no prazo de 180 dias, a situação dos familiares das vítimas do acidente. Também será investigado o motivo dos familiares não terem recebido as devidas indenizações.
“Esta CPI é um forma de fazermos com que seja chamada a atenção de todos para que a gente consiga ajudar as famílias dos jogadores e da diretoria. Vamos trabalhar para ajudar nem que seja um pouquinho os familiares das vítimas da Chapecoense”, disse o presidente da Comissão.
No dia 28 de novembro de 2016, pouco mais de três anos, o avião que levava o elenco da Chape à final da Sul-Americana na Colômbia caiu a poucos quilômetros de Medellín, na Colômbia. Investigações apontaram que a queda foi causada por falta de combustível. Além dos jogadores, estavam presentes membros da diretoria, convidados e jornalistas.
Aposentadoria
O zagueiro Neto, um dos três jogadores que sobreviveram ao acidente aéreo que dizimou o elenco da Chapecoense em 2016, anunciou nesta sexta-feira sua aposentadoria do futebol profissional devido a sequelas relacionadas à tragédia. “Paro. Já estava alinhado com os médicos e com o clube (…) Meu corpo não aguentava mais. As dores eram maiores que o prazer”, declarou Hélio Herminio Zampier Neto, mais conhecido como Neto, de 34 anos, em entrevista ao Globoesporte.
Neto foi o último dos seis sobreviventes a ser resgatado do avião em que a delegação da Chapecoense viajava para disputar a final da Copa Sul-Americana em Colômbia e que caiu na noite de 28 de novembro de 2016 a poucos quilômetros do aeroporto de Medellin. A tragédia deixou 71 vítimas fatais, 19 delas atletas do clube catarinense. Neto permaneceu duas semanas hospitalizado na Colômbia antes de voltar ao Brasil, onde, após um longo processo de recuperação, conseguiu voltar a treinar em março deste ano, embora não tenha voltado a jogar uma partida oficial.
Além de Neto, sobreviveram ao acidente o goleiro Jackson Follman, que perdeu uma perna, o lateral Alan Ruschel, que voltou aos gramados e defende hoje o Goiás, o jornalista Rafael Henzel, falecido em março após sofrer um infarto, e dois tripulantes do avião. Apesar de perder praticamente todo elenco, a Chapecoense conseguiu se reestruturar e se manter na primeira divisão em 2017 e 2018. Em 2019, terminou o Brasileirão na penúltima colocação e foi rebaixado pelo primeira vez em sua história.