Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2015
Por causa da crise econômica e alta do desemprego, a inadimplência de famílias e empresas aumentou em julho. Até as prestações da casa própria, o brasileiro tem deixado de pagar. De acordo com o BC (Banco Central), a taxa de calote das famílias aumentou 0,2 ponto percentual e chegou a 3,8% em todos os tipos de crédito, ou seja, com recursos livres ou direcionados para alguns usos específicos.
A inadimplência dos financiamentos imobiliários subiu de 1,8% para 1,9%. Se considerado apenas o segmento de recursos livres, o calote subiu a 4,8% em julho, o patamar mais alto em dois anos. A taxa é a maior desde o mesmo mês de 2013, quando atingiu 4,84%.
Em junho, a inadimplência neste segmento, em que as instituições financeiras definem as taxas de juros livremente, havia sido de 4,6%, segundo dado do BC.
As empresas também têm dificuldade de pagar as dívidas. O calote aumentou 0,1 ponto percentual e ficou em 2,4%. No segmento de recursos livres, o crescimento da inadimplência em julho foi maior entre empresas, com o índice passando a 4,1%, contra 3,9% em junho. Entre pessoas físicas, também houve avanço no período, a 5,4%, contra 5,3%.
A maior inadimplência, que são atrasos acima de 90 dias nos pagamentos de dívidas, tem como pano de fundo o cenário de deterioração do mercado de trabalho, baixo crescimento econômico e inflação acima de 9% no acumulado em 12 meses, muito superior ao centro da meta do governo de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos para mais ou para menos.
A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro aumentou 0,8 ponto percentual no mês passado e chegou a 28,4% ao ano.