Por Redação O Sul | 21 de abril de 2020
O turista brasileiro Gabriel Dias da Silva, de 26 anos, fez uma peregrinação a um ônibus abandonado que foi tornado famoso no livro e no filme “Na Natureza Selvagem”, no Estado do Alaska, nos Estados Unidos, e precisou ser resgatado na última quinta-feira (16).
Centenas de pessoas caminham até o local onde Christopher McCandless morreu de fome em 1992. Há um farol de emergência para quem está isolado no local, e Gabriel acionou nesse mecanismo depois de ficar sem comida, de acordo com relatos dos bombeiros que fizeram o resgate.
O brasileiro conseguiu atravessar um rio que estava congelado para chegar ao ônibus abandonado, mas as condições pioraram quando ele tentou voltar, disse a porta-voz dos bombeiros Megan Peters.
O ônibus abandonado e enferrujado foi o último local onde Christopher McCandless fez um acampamento. A história dele virou um livro e um filme.
É comum que seja preciso resgatar pessoas que vão até o local onde o americano morreu de fome. Em fevereiro, cinco turistas foram tirados de lá – um deles perdeu parte dos dedos do pé por causa do frio.
“Quando caminhei mato a dentro, o rio estava congelado e era possível atravessar com segurança. Quando voltei, estava perigoso atravessar e eu não quis arriscar e acionei o SOS via satélite”, contou Dias ao portal de notícias R7.
O brasileiro desistiu de tentar caminhar pela beira do rio até encontrar uma passagem por considerar muito perigoso.
“Na verdade, eu estava com a intenção de ficar isolado por mais tempo acampando. mas comecei a ver pegadas de urso perto do meu acampamento e calculei mal a quantidade de comida necessária”, detalhou o brasileiro.
A decisão foi extremamente acertada. Duas pessoas que foram ao local morreram. Uma mulher de Belarus morreu no meio do ano passado. Em 2010, uma sueca morreu da mesma forma.
A Polícia Estadual do Alasca recebeu o pedido de SOS e resgatou Dias de helicóptero. Ele conta que, por conta da pandemia de covid-19, foi imediatamente equipado com máscara de proteção.
O brasileiro não tinha nenhum problema de saúde, nem precisou ser hospitalizado. Ele agora está em Fairbanks, cidade que fica a 180 quilômetros da pequena vila de Healy.
“Aqui está tudo fechado, mas não tenho como não ficar isolado. Vou pra casa de um amigo que mora nas montanhas e ficar lá até as coisas se normalizarem”, disse Dias. As informações são da agência de notícias Reuters e do portal de notícias R7.
