Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2020
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) divulgou nota na manhã desse domingo (17) em que critica seu suplente, Paulo Marinho, que disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que o parlamentar soube com antecedência da Operação Furna da Onça, deflagrada em novembro de 2018. Embora a investigação não tivesse Fabricio Queiroz, então assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) como alvo, a operação expôs a movimentação financeira atípica dele. A informação antecipada sobre a ação teria vindo, segundo Marinho relata ter ouvido do senador, de um delegado da Polícia Federal.
Em nota, Flávio disse que “o desespero de Paulo Marinho causa um pouco de pena”.
“Preferiu virar as costas a quem lhe estendeu a mão. Trocou a família Bolsonaro por Dória e Witzel, parece ter sido tomado pela ambição. É fácil entender esse tipo de ataque ao lembrar que ele, Paulo Marinho, tem interesse em me prejudicar, já que seria meu substituto no Senado. Ele sabe que jamais teria condições de ganhar nas urnas e tenta no tapetão. E por que somente agora inventa isso, às vésperas das eleições municipais em que ele se coloca como pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, e não à época em que ele diz terem acontecido os fatos, dois anos atrás? Sobre as estórias, não passam de invenção de alguém desesperado e sem votos”, diz a nota.
Pelo Twitter, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) ironizou a denúncia de Marinho e desmentiu as acusações do ex-coordenador de campanha de seu pai:
“QG em sua residência….Bolsonaro tratava mal os empregados… Tudo é tão verdadeiro quanto a declaração de seu filho dizendo que foi ele que traduziu a conversa de Trump com o Bolsonaro.”
Secretário Especial de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten também se manifestou e chamou a acusação de ficção pela rede social:
“É inverossímil a narrativa de oportunistas que buscam holofotes a qualquer preço. Precisam contratar um bom roteirista para dar credibilidade a esse incrível enredo ficcional. Meu apoio ao senador Flávio Bolsonaro e ao PR Jair Bolsonaro por mais essa tentativa de atingi-los”, diz a publicação, que foi compartilhada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL).
Outros casos
A Secretaria de Ciência e Tecnologia, comandada por Leonardo Rodrigues, o segundo suplente de Flávio Bolsonaro no Senado, fechou R$ 36 milhões em contratos sem licitação de serviços da Atrio Rio Service, empresa de Mário Peixoto, preso hoje pela Polícia Federal.
Flávio e Rodrigues se afastaram desde que os Bolsonaro romperam com Witzel.
Segundo levantamento do Ministério Público Federal, os contratos foram entre fevereiro de 2019 e 6 de março de 2020, com a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e a Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do Rio (Cecierj), ambas subordinadas à secretaria.
No relatório da operação, os procuradores citam depoimento de Carlos Fernando Riqueza Marinho, ex-presidente da Faetec, que citou pressão para assinar contratos emergenciais com as empresas de Mário Peixoto, e que teria ouvido dizer que estaria ocorrendo desvio de dinheiro na Fundação para a candidatura a prefeito de Mesquita, na Baixada Fluminense, de Leonardo Rodrigues, o suplente de Flávio Bolsonaro.
O principal citado no relatório divulgado hoje é o atual presidente do Cecierj, Gilson Carlos Rodrigues Paulino, que passou dez anos na Faetec, como diretor e vice-presidente, passando em julho de 2019 ao atual cargo. O MPF apurou que ele trabalhou entre 2013 e 2015 na Atrio, a mesma contratada emergencialmente, sem licitação, pela Faetec diversas vezes.
Em interceptações telefônicas, ele aparece se referindo a Mário Peixoto como “chefe”.