Brasil A alta do dólar fará o turista comparar mais os preços
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2018
O dólar mais caro pode estimular o tráfego nos sites de comparação de preços de passagens aéreas e ajudar o crescimento desse tipo de negócio no Brasil, diz o francês Josian Chevallier, um dos fundadores do Viajala, portal de busca de voos e hotéis na internet. O empresário quer dobrar o tamanho da operação no país e transformar o mercado brasileiro na principal praça da marca.
Segundo ele, enquanto nos Estados Unidos pelos menos 50% dos turistas usam sites que comparam preços de passagens, como Kayak, da Expedia, e Skyscanner, do Priceline, no Brasil essa ferramenta não é conhecida por mais de 70% dos viajantes. “Acreditamos que as pessoas vão usar cada vez mais. O Brasil tem potencial para ser nosso maior mercado”, disse Chevallier.
O dólar mais alto ante o real cria um ambiente em que o turista tende a ser mais criterioso na hora de comprar uma passagem, afirma ele, que antes de investir na Viajala atuou como executivo da americana Shopzilla, um dos maiores sites de comparação de preços do varejo dos Estados Unidos.
Os principais concorrentes da Viajala – Kayak, Skyscanner e Voopter -, trabalham com um cenário em que a demanda por comparação de preços no setor de turismo vai alimentar um crescimento do tráfego nesse segmento em cerca de 50%.
Fundada em 2013 por quatro empreendedores com passagens nas indústrias de turismo e de metabuscadores, a Viajala recebeu investimentos de aceleradoras, como a Wayra, da Telefónica, a City Express e o Altabix. Presente em oito países hoje, a plataforma teve 8,2 milhões de buscas no primeiro trimestre deste ano, das quais 930 mil no Brasil, atual segundo maior mercado da companhia, tráfego quatro vezes maior que o de 2017.
“O consumidor ainda confundo nosso serviço com o das OTAs [agências de viagens on-line]. Muita gente não entende que nosso negócio não é vender as passagens, mas comparar preços”, acrescentou Chevallier. Segundo dados apurados por buscadores, dependendo da data da compra e do embarque, uma viagem pode ficar de 10% a 30% mais barata.
Perfil dos usuários
A remuneração dessas empresas é composta por anúncios dos fornecedores ou gerada por cliques – cada vez que um usuário clica em uma oferta e é redirecionado para a página do fornecedor para fechar a compra.
Segundo a Viajala, 67% dos usuários do site são mulheres, 26% dos usuários têm de 25 a 34 anos e 21%, entre 35 e 44 anos. Por praça, 30% dos usuários estão em São Paulo; 13% no Rio de Janeiro; 8% em Minas Gerais; e 6% no Paraná. Bahia e Rio Grande do Sul empatam com 5% do tráfego.
