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Por Redação O Sul | 1 de outubro de 2020
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quinta-feira (1º) que vai começar a análise dos primeiros resultados de testes de uma vacina contra covid-19 em um processo que, futuramente, pode acelerar o trâmite do pedido de registro da vacina.
A agência governamental recebeu da farmacêutica AstraZeneca a solicitação para analisar os estudos já produzidos. A empresa utilizou o expediente chamado de “submissão contínua”, criado pela própria Anvisa e divulgado na última terça (29).
A agência reduziu a exigência da documentação inicial e simplificou o processo para análise dos imunizantes contra o novo coronavírus, que poderão ser enviados pelas empresas de acordo com a evolução dos trabalhos e não somente todos de uma só vez.
A farmacêutica britânica está desenvolvendo a candidata à vacina contra a Covid em parceria com a Universidade de Oxford. No Brasil, o imunizante será produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O pedido de análise junto à Anvisa é o passo inicial para que seja autorizada a aplicação da vacina no país. Entretanto, ainda é preciso que sejam concluídos os testes clínicos, que estão em andamento.
Segundo a Anvisa, no atual estágio, a empresa ainda não fez o pedido de registro da vacina, mas já busca acelerar a análise da documentação prévia para quando formalizar a solicitação.
Pausa temporária
Em 8 de setembro, os testes da fase 3 da vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford precisaram ser interrompidos temporariamente. Uma voluntária apresentou reações adversas, mas os estudos foram retomados quatro dias depois. A continuidade das pesquisas foi liberada após confirmação da Autoridade Reguladora da Saúde de Medicamentos (MHRA) de que era seguro continuar com as pesquisas.
Compra de 30 milhões de doses
A vacina britânica é tida como uma das principais apostas para a imunização contra o covid-19 no Brasil.
O governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde e da Fiocruz, assinou um memorando de entendimento com a AstraZeneca que prevê a compra de 30 milhões de doses, com entrega em dezembro deste ano e janeiro do ano que vem. Há, ainda, a possibilidade de aquisição de mais 70 milhões se a vacina tiver eficácia e segurança comprovadas.
Além disso, o acordo inicial prevê a transferência da tecnologia desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca para produção local na Fiocruz, com previsão de início, de acordo com o ministério, ainda no primeiro semestre de 2021.