Terça-feira, 29 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2019
Usualmente um personagem contido e econômico em declarações polêmicas, Messi foi duro após o jogo de terça-feira ao reclamar das decisões da arbitragem que, na visão dos argentinos, favoreceram o Brasil na semifinal da Copa América. A postura do astro era o sintoma de que o caso ganharia contorno de crise institucional. Algo que se confirmou no fim da tarde de ontem, quando a Associação de Futebol Argentino (AFA) enviou um protesto oficial à Conmebol. A queixa é contra o árbitro equatoriano Roddy Zambrano e, mais especificamente, contra a falta de consulta ao monitor de vídeo em dois lances em que os argentinos consideraram ter havido pênalti no Mineirão. As informações são do jornal O Globo e da Gazeta Esportiva.
O documento é assinado por Claudio Tapia, presidente da AFA, e é endereçado ao presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez. Nele, o dirigente argentino diz ter se colocado à disposição de Dominguez para colaborar no combate “à crise de credibilidade” dos dirigentes do continente. E afirma que a utilização “arbitrária e zelosa” do VAR durante a Copa América não se repetiu na semifinal de terça-feira. Mais adiante, Tapia diz que “os acontecimentos merecem uma profunda reflexão que coloca em dúvida que tenham sido observados os princípios de ética, lealdade e transparência que o senhor recorrentemente invoca”.
A Argentina reclama de um pênalti de Daniel Alves em Aguero, num lance que originou a jogada do segundo gol do Brasil. E protesta, ainda, contra uma cotovelada que o volante Arthur teria acertado em Otamendi. Nos dois lances, o monitor de vídeo não foi consultado por Zambrano.
Para saber que indicações o árbitro de campo recebeu do assistente de vídeo, os argentinos pedem que sejam revelados os áudios das conversas entre campo e sala de VAR sejam revelados.
“Espero que a Conmebol faça algo, mas creio que não fará. O Brasil controla tudo”, disparou Messi.
O documento de protesto dos argentinos faz, ainda, menção a questões de organização, diz que houve demora nos deslocamentos de delegações, o que favoreceria o Brasil. Há queixas até quanto à forma como a presença do presidente Jair Bolsonaro foi percebida no estádio. Segundo a AFA, houve manifestações políticas, o que é proibido.
“Concretamente, a imprudência na condução da arbitragem gerou um ambiente evitável antes do jogo, agravado pela presença do presidente do Brasil Jair Bolsonaro no estádio, que não passou despercebida por jogadores, dirigentes e o público em geral, já que foram evidentes suas manifestações políticas durante o desenrolar do jogo, não podendo deixar de mencionar que no intervalo deu uma verdadeira volta olímpica no estádio”, observou.
Aliás, um bloqueio de sinal feito pela segurança do presidente teria causado uma pane na comunicação entre campo e sala de VAR. O problema foi confirmado pelo Comitê Organizador da Copa América que, no entanto, assegurou que a questão foi resolvida antes do início do jogo.